A devoção
dos Barnabitas ao Sagrado Coração constitui um capítulo muito importante na
historia da nossa espiritualidade. Um fato muito distante no tempo se encontra
na vida do Fratel Ludovic Bitoz: por seis anos, durante vários momentos de
êxtases, tinha bebido o Sangue Precioso do lado aberto do Senhor Jesus, como se
pode ver em varias imagens da nossa casa mais antiga.
Também
seria bom mencionar ao padre Raimondo Recrosio que, ordenado sacerdote no 1680,
foi enviado para Annecy (Savoia) como confessor do mosteiro da Visitação. As maravilhosas
aparições de Paray-Le-Monial a Santa Margarita Maria Alocoque era muito entusiasmante
(1675). Seguramente o padre Recrosio viveu com reverência interior essa época,
ele mesmo comenta num escrito titulado “Exercício espiritual baseado sobre a doce
misericórdia de Deus e uma justiça rigorosa”
Século XIX e padre Maresca
No ano
de 1844, Gautrelet, SJ, fundou na França o Apostolado da Oração, para ser combinado
com a devoção ao Sagrado Coração por meio dos esforços do padre Ramiere, SJ,
apoiado do periódico “O Mensageiro do
Sagrado Coração”.
Na Itália,
durante este período, muitos institutos jesuítas eram abolidos, por tal motivo
foi o privilegio dos Barnabitas de assumir e levar adiante a devoção ao Sagrado
Coração com o padre Donato Maresca. Iniciou em Parma, onde fora destinado no
1860. Solicita aos seus superiores de estar em contato com padre Ramiere, obtendo,
no 1864, a permissão de publicar uma edição italiana do “Mensaggero”, Através desta iniciativa, em meio de muitas oposições,
a devoção se difunde em toda Itália.
Depois
da consagração da Bélgica, no 1869, ao Sagrado Coração, padre Maresca apresentou
a petição para a Itália. A proposta, apresentada ao Papa durante o Concilio
Vaticano I, encontrou muita oposição, provocando ao padre Maresca de mudar a
sua tática.
Em
1871, ele reuniu o clero local e o povo para apresentar uma petição ao seu
Bispo e, de fato, entre 1871 e 1875 houve uma reação positiva na diocese para se
consagrar ao Sagrado Coração. Enquanto isso, o Superior Geral dos Barnabitas,
padre Giuseppe Albini, em sua circular de 8 de dezembro de 1871, anunciou seu
plano de consagrar a Congregação ao Sagrado Coração, realizada em 14 de janeiro
de 1872 em S. Carlo ai Catinari. A cerimônia foi repetida em todas as casas da
Ordem.
Os
Capítulos Gerais decretaram a celebração e a festa com um jejum adequado e
também a devoção da primeira sexta-feira e do primeiro domingo do mês. Em abril
de 1875, padre Ramiére apresentou uma petição ao Santo Padre para consagrar o
mundo inteiro ao Sagrado Coração. Pio IX respondeu com uma exortação de 16 de
junho de 1875 a todos os fiéis para fazê-lo sozinho em particular ou em
público, associando a indulgência plenária. Padre Maresca usa o "Mensaggero" para difundir a
prática, dando também sugestões práticas.
Outro grande
projeto do padre Maresca era de erigir um santuário especial em Roma em honra
do Sagrado Coração. Ele apresentou a idéia na edição do Messenggero de 1877. No ano seguinte, ele se aproximou do Cardeal
Vigário, que lhe deu todo o seu apoio, e em 17 de agosto de 1879, ele mesmo
lançou a pedra fundamental. Mas depois do primeiro entusiasmo, as ofertas se
desvaneceram, então a construção teve que ser interrompida. Leão XIII veio ao
resgate chamando o homem do momento, São Giovanni Bosco, para completar o
trabalho.
Padre Maresca
então solicitou ao superior geral dos jesuítas, padre Beckx, para transferir os
escritórios "Messaggero" de
Bolonha para San Carlo ai Catinari em
Roma. O evento foi solenizado com uma celebração de três dias, de 13 a 16 de
novembro de 1879.
Outra
ideia do padre Maresca era criar um seminário especial apoiado por todos os
Bispos do Sul para aqueles que não podiam pagar as taxas do seminário. Ele
lançou o projeto em 1880, mas com pouco sucesso. Em todo caso, ele abriu um
seminário em Roma para esse propósito, mas teve uma vida muito curta.
Por
ocasião do 50º aniversário de ordenação sacerdotal de Leão Xlll, os Barnabitas
começaram a publicar um material titulado "O devoto do Sagrado
Coração", com o objetivo de oferecer informações sobre as várias
iniciativas e instituições que promovem a glória do Sagrado Coração.
Padre Vitale
Após a
morte do padre Maresca, o Superior Geral, padre Ferrari pediu ao Superior
Provincial dos Jesuítas em Roma para assumir o Apostolado da Oração, mas ele
foi rejeitado. Então padre Ferrari pede ao padre Vital para continuar o trabalho
do padre Maresca.
Mas a
devoção não está morta entre os Barnabitas, especialmente entre os jovens. Com
seu entusiasmo, deram vida ao apostolado da oração Barnabita. Era o fim da
Primeira Guerra Mundial, e quatro alunos Barnabitas, Livio Migliorini, Erminio
Rondini, Cesare Riva e Leonardo Ceroni tiveram a ideia, primeiro criando o
"rosário vivo". Cada mês, cada um deles tinham que rezar uma década
específica do Rosário e cultivar uma virtude. Seus pensamentos foram
compartilhados por diversos meios escritos de divulgação.
No início
de novembro de 1919, os estudantes em Roma se reuniram e discutiram a
oportunidade de estabelecer o Apostolado da Oração entre os estudantes
Barnabitas, incluindo noviços e estudantes em seminários menores, modificando e
adaptando-se às necessidades da Congregação do Apostolado, já existente na
Igreja. Erminio Rondini foi eleito primeiro presidente
O
Superior Geral, padre Vigorelli, deu sua aprovação afirmando os objetivos:
a) cooperar
efetivamente com uma união mais viva e verdadeira de orações, na constituição
do Reino de Deus e na prosperidade da Congregação;
b) suscitar um
interesse mais vivo pelo apostolado da Congregação, naqueles que o exercitarão
amanhã;
c) criar um acordo mais
íntimo e uma união íntima de almas.
Para manter informados
todos os jovens Barnabitas, foi publicado um boletim mensal que eventualmente
se desarrolhará no periódico “Nota Intime”,
que durou até 1963. Hoje temos as intenções mensais do apostolado barnabita de Oração.
Traduzido do italiano
ao português por:
Cristóbal Ávalos Rojas,
barnabita, mestrando em Ciências Bíblicas no Pontifício Instituto Bíblico de
Roma.