Saiba o porquê é desafiante viver nossa
vocação
Quem nunca pensou um dia no para que
existo? Para que foi criado?
A esta pergunta temos várias respostas,
mas vamos nos deter naquela que é, na nossa opinião, a mais importante, e que
dá significado a toda nossa vida cristã.
Na verdade esta resposta está dentro de
nós, mas tememos responder, porque isso nos comprometeria definitivamente: é a
resposta a um chamado, uma vocação especial para o serviço a Deus.
Ousamos dizer que todos os filhos e
filhas de Deus são por Ele criados para uma linda vocação, e cada um tem um
chamado especial para dedicar-se a construir o Reino de Deus, Reino este, que
desejamos para nós e aqueles que amamos.
Todos queremos um mundo melhor, repleto
de paz, harmonia, respeito, justiça, dignidade, mas poucos pensam e se dispõem
a construí-lo. Atribuímos esta tarefa à Igreja na pessoa dos sacerdotes,
religiosos e consagrados. E os demais?
Se ao menos dedicássemos parte do nosso
tempo para melhorar a realidade à nossa volta; se dispuséssemos dos nossos dons
para ajudar na construção de uma sociedade melhor, talvez nos sentíssemos mais
felizes e realizados, porque estaríamos de fato, realizando a vocação a que
Deus nos deu quando nos criou. Estamos seguros de que muitas pessoas
encontrariam sentido para suas vidas porque estariam sendo úteis na realização
de uma missão sublime, na realização de sua vocação.
Nossa tarefa diária é perguntar a Deus
onde podemos colaborar com Ele, onde podemos servi-Lo e amá-Lo melhor. Tarefa
comprometedora, porém, sem dúvida, muito realizadora. Aqui está nossa
verdadeira vocação.
Na tentativa de ajudá-los, abaixo vocês
poderão encontrar uma pequena explicação das distintas vocações presentes em
nossa Igreja.
Boa leitura!
1 - VOCAÇÃO LEIGA
O leigo é ao mesmo tempo o homem
da Igreja no coração do mundo e o homem do mundo no coração da Igreja. Ele está
sempre questionando o conjunto da Igreja com suas experiências de participação
nos problemas, desafios e urgências do mundo secular. Ao mesmo tempo está
sempre questionando e enriquecendo o mundo com as riquezas da Boa-Nova de
Cristo que traz em si. Nos lugares onde vive e se relaciona, o leigo é muitas
vezes a única presença da Igreja.
Ao campo específico da atividade evangelizadora do
leigo é o vasto e complexo mundo da política, da educação, dos meios de
comunicação social, da economia, da realidade social, da cultura, das ciências,
das artes, da realidade internacional... Sua tarefa é transformar tudo isso
conforme o projeto de Jesus Cristo, construindo o Reino de Deus na história, criando
fraternidade.
Além desta sua presença ativa no mundo, o Espírito
Santo distribui entre os leigos dons e carismas para servirem mais diretamente
a comunidade eclesial. São os ministérios. Ex.: catequese, liturgia, ministério
da Eucaristia, da palavra, do canto, da saúde, da promoção social etc.
São Paulo compara a Igreja com o corpo humano (1Cor
12,12-27). Assim como o corpo tem vários membros e cada um tem uma função,
assim também na Igreja. Cada membro, isto é, cada um de nós tem uma função e
não existe ninguém sem função. Por isso ela é chamada também de corpo ministerial
ou povo de servidores (Ministério é sinônimo de serviço). E você, tem um
ministério em sua comunidade?
"Permanece
firme naquilo que aprendeste e aceitaste como certo; tu sabes de quem o
aprendeste. Desde a tua infância conheces as sagradas Escrituras; elas têm o
poder de comunicar-te a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo
Jesus" (2Tm 3,14-15).
2 - VOCAÇÃO
MATRIMONIAL
O casamento é uma vocação bem definida dentro da
Igreja. Os esposos são chamados a viver uma espiritualidade característica.
Instituído pelo próprio Cristo, o matrimônio é uma íntima comunidade de vida e
de amor.
O amor conjugal é um caminho para Deus e ajuda os
esposos na sublime missão da maternidade e paternidade.
O sentido do matrimônio é viver a caridade cristã
na sua forma conjugal e viver a responsabilidade humana e cristã de transmitir
a vida e educar os filhos. Além disso, os esposos ajudam-se mutuamente, sendo
um para o outro e para os filhos, testemunho da fé e do amor de Cristo.
A família cristã é como uma Igreja em miniatura:
está a serviço da evangelização dos homens. É sensível às necessidades do
mundo.
3 - VOCAÇÃO RELIGIOSA
Religiosos são cristãos que querem dedicar sua vida
toda a Deus e aos irmãos. Eles encontram em Deus sua segurança, sua alegria,
sua realização total. Querem continuar não tanto os gestos de Cristo, mas sua
vida para serem diante do mundo e dos demais cristãos um exemplo vivo do
Evangelho, do projeto do Reino de Deus que Jesus deixou. Eles acreditam que o
Evangelho é a melhor solução para os problemas do mundo. E mais: que ele não só
é plenamente possível de ser vivido hoje, mas faz muito feliz quem o segue. Mas
veja bem: não é tanto "conhecer" ou "anunciar" o Evangelho
que faz a pessoa feliz e resolve os problemas do mundo, e sim vivê-lo! Para
provar isso os religiosos se decidem em primeiro lugar a viver o Evangelho com
radicalidade, isto é, de forma intensa e generosa.
O grande amor que os religiosos têm a Deus se
reverte num grande amor ao próximo (1Jo 4,20), especialmente aos mais
pequeninos com os quais Jesus se identificou.
Os religiosos dedicam-se também, de acordo com os
dons de cada um:
- Ao anúncio
do Evangelho pelas mais diferentes formas;
- À luta
pelos direitos humanos e pela justiça;
- À formação
e animação de comunidades;
- Ao serviço
missionário;
- Ao serviço
litúrgico;
- À
educação;
- À
catequese;
Lembrando-se de Jesus que disse: "Onde dois ou
mais estiverem reunidos em meu nome eu estarei no meio deles" (Mt 18,20),
os religiosos reúnem-se em comunidades e procuram se amar como se fossem uma
família. Acontece, porém, que os religiosos não se escolhem para morar juntos.
São pessoas de temperamentos diferentes, idades, culturas, regiões e até países
diferentes que passam a viver como irmãos! Você já pensou colocar um grupo de
homens ou de mulheres morando numa mesma casa, sem que eles se escolham, e
depois combinarem e viverem felizes? É um sinal do Reino ou não? Por aí se vê
que não é para fugir do mundo que os religiosos entram no convento, mas, ao
contrário, para testemunharem a fraternidade entre si e irem ao encontro das
pessoas. Só que de uma forma diferente: Amando-as por causa de Deus.
A própria palavra convento vem do verbo latino
"convenire" que significa reunir-se, encontrar-se (desse verbo vem
também a palavra convênio que significa encontro, reunião). O convento é uma
casa, um lugar de encontro. Encontro dos religiosos entre si e com as pessoas
da cidade, para se amarem e se enriquecerem mutuamente de Deus. Alguns jovens
querem tornar-se religiosos como sacerdotes. São padres e também religiosos.
Vivem em Comunidade e fazem parte de uma Congregação religiosa. Há outros
jovens que querem ser religiosos como Irmãos. Vivem também em Comunidade, fazem
parte de uma Congregação religiosa sem serem padres. Assim, numa mesma Congregação,
como a nossa, há Padres e Irmãos que vivem juntos, cada um desempenhando sua
missão e juntos testemunhando o Reino de Deus entre os homens. E há também as
religiosas. São aquelas moças que sentem o chamado de Deus a deixar tudo e
colocar-se inteiramente a serviço dos irmãos mais necessitados. Essas moças
procuram conhecer várias Congregações e aquela que mais se identificar com seus
anseios, com a missão a que se sentem chamadas, nessa vão receber uma
preparação adequada para posteriormente consagrarem a vida a Deus como religiosas.
São Irmãs ou freiras, como nossas Irmãs Angélicas de São Paulo.
Os religiosos fazem votos de pobreza, obediência e
castidade. Por quê? Para imitarem a Jesus mais de perto nesses três
aspectos: Castidade, Pobreza e Obediência.
Aceitamos e vivemos o voto de CASTIDADE, na continência perfeita do
celibato consagrado a Deus como dom especialíssimo da graça, porque acreditamos
no ensino de Cristo e na força do seu exemplo (Const. 65). A Castidade, vivida
em vista do reino dos céus, leva-nos a aderir mais facilmente a Deus com o
coração indiviso, concretiza nossa doação a Cristo e oferece aos irmãos e ao mundo claro
testemunho dos bens futuros (Const. 66).
Com a POBREZA
religiosa, queremos seguir mais de perto a Cristo, que viveu pobremente, pregou
a bem-aventurança da pobreza e
pediu a renúncia dos bens terrenos aos desejosos de serem discípulos seus (Const. 70). O Voto de Pobreza, tal como é vivido pela nossa
família religiosa, permite-nos possuir em comum os bens necessários à vida e às obras da Congregação. Todavia, ele exclui toda
propriedade pessoal e nos traz a
limitação e dependência no uso e destino dos haveres temporais, de acordo com
as Constituições (Const. 72).
Pelo voto de OBEDIÊNCIA, dedicamos livremente a Deus, como imitadores
de Cristo, a nossa vontade, a fim de prendê-la de modo mais íntimo à sua e
para oferecer-nos na qualidade de colaboradores da sua obra de salvação.
Por conseguinte, comprometemo-nos a obedecer aos Superiores legítimos, segundo
os preceitos das Constituições (Const. 81).
4 - VOCAÇÃO SACERDOTAL
O padre é alguém escolhido do meio do povo e
consagrado por Deus para o serviço deste mesmo povo nas coisas que se referem a
Deus (Hb 5,1). Seu papel é continuar a missão de Jesus Cristo, o único e eterno
sacerdote. Ele continua a missão de Cristo mediador entre Deus e os homens,
sendo representante de Deus junto ao povo e do povo junto de Deus. Continua
também a missão de Cristo cabeça da Igreja:
-
Constrói comunidades como Jesus construía.
- Perdoa os pecados como Jesus perdoava.
- Prega a Palavra de Deus como Jesus pregava.
- Une e alimenta a Comunidade pela eucaristia.
- Perdoa os pecados como Jesus perdoava.
- Prega a Palavra de Deus como Jesus pregava.
- Une e alimenta a Comunidade pela eucaristia.
Se compararmos a Igreja a um rebanho (Jo 10,10-16),
o padre continua a missão de Cristo pastor desse rebanho. Como o bom pastor,
ele defende o seu rebanho do lobo e do ladrão, chegando ao ponto de dar a vida
pelo rebanho, se necessário for. O padre não só anuncia a verdade, mas denuncia
a mentira e a injustiça. Por isso, frequentemente é perseguido (Jo 15,18-21).
Ele tem especial cuidado pelos:
# pobres
# doentes
# marginalizados
# oprimidos
# pobres
# doentes
# marginalizados
# oprimidos
Sobretudo o padre é alguém compreensivo, paciente,
amigo, reconciliador.
O cristão torna-se padre através do Sacramento da Ordem
que tem três graus:
+ o diaconato: torna o cristão diácono
+ o presbiterato: torna o diácono padre, ou sacerdote, ou presbítero
+ o episcopado: torna o padre bispo.
+ o diaconato: torna o cristão diácono
+ o presbiterato: torna o diácono padre, ou sacerdote, ou presbítero
+ o episcopado: torna o padre bispo.
Querem ser padres aqueles jovens que, ao mesmo
tempo em que são preocupados com a humanidade, com as injustiças, são
entusiasmados por Jesus Cristo. Acreditam que Cristo foi o homem que mais bem
fez à humanidade e sua estratégia é a melhor, até hoje invejada para se
construir um mundo melhor. Por isso se decidem a continuá-lo, dedicando a isso
toda a sua vida.
A vocação leiga é importante. Mas, sem o padre, o
leigo não consegue cumprir sua missão: quem vai presidir a eucaristia, a fonte
de vida do leigo? Quando o leigo cai, quem vai perdoar seus pecados em nome de
Deus? Sem o sacerdote, as Comunidades em pouco tempo se desintegrariam e
acabariam. Sem o padre a Igreja não sobrevive! Todo cristão que ama a Igreja
deve amar muito a vocação sacerdotal. Por isso é importante rezarmos e incentivarmos
em nossas comunidades a vocação sacerdotal.