Na Missa desta quinta-feira, 11, o
Papa Francisco destacou o trinômio “caminho, serviço e gratuidade”,
características dos verdadeiros cristãos. O Santo Padre lembrou que um
discípulo é chamado a caminhar para servir e a anunciar o Evangelho
gratuitamente, vencendo o engano de que “a salvação vem das riquezas”.
No Evangelho
do dia, a passagem em que Jesus envia os discípulos a anunciar a Boa Nova. “Se
um discípulo fica parado e não sai, não dá o que recebeu no Batismo aos outros,
não é um verdadeiro discípulo de Jesus: falta-lhe a missionariedade, já que não
sai de si mesmo para levar o bem aos outros”.
Mas também há
outro caminho para quem é discípulo de Jesus, que é o percurso interior, aquele
percorrido internamente todos os dias na oração, na meditação. É preciso,
segundo o Papa, que o discípulo de Jesus busque Deus, porque se não o Evangelho
que levará aos outros será um Evangelho frágil, aguado e sem força.
O serviço
Além desse
duplo caminho, o discípulo de Jesus precisa servir, disse o Papa. “Um discípulo
que não serve aos outros não é cristão”, enfatizou. Ele lembrou ainda a
tentação do egoísmo, que fecha a pessoa em sua própria crença, sem pensar no
próximo.
“ ‘Sim, eu sou
cristão, eu estou em paz, eu me confesso, vou à missa, cumpro os mandamentos’.
Mas o serviço aos outros: o serviço a Jesus nos doentes, nos encarcerados, nos
famintos, nos nus. É o que Jesus nos disse que devemos fazer, porque Ele está
ali! O serviço a Cristo nos outros”.
A gratuidade
“Gratuitamente
vocês receberam, gratuitamente devem dar”, essa foi a advertência dada por
Jesus e recordada pelo Papa na homilia. Francisco destacou que o caminho do
serviço é gratuito, porque a humanidade recebeu a salvação gratuitamente.
“É triste
quando se encontram cristãos que se esquecem destas Palavras de Jesus:
‘Gratuitamente vocês receberam, gratuitamente devem dar’. É triste quando
encontramos comunidades cristãs, sejam paróquias, congregações religiosas,
dioceses, quaisquer que sejam as comunidades cristãs, que se esquecem da
gratuidade, porque por trás disso e sob isso há o engano (de presumir) que a
salvação vem da riqueza, do poder humano”.
Francisco
concluiu a homilia lembrando que a vida do cristão não é para si mesmo, mas
para os outros, como foi a vida de Jesus. “A nossa esperança está em Jesus
Cristo, que nos envia uma esperança que nunca desilude”.
Mas ele fez
uma ressalva: “quando a esperança está na própria comodidade do caminho ou a
esperança está no egoísmo de buscar as coisas por si mesmo e não servir os
outros, ou quando a esperança está nas riquezas ou nas pequenas seguranças
mundanas, tudo isso desmorona. O próprio Senhor o faz desmoronar”.
Fonte: cancaonova.com