Sacerdotes apaixonados por Jesus
Cristo. Este foi o desejo manifestado pelo Papa Francisco ao fazer uma reflexão
nesta sexta-feira, 12, no retiro mundial de sacerdotes, que está sendo
realizado em Roma. Em quase duas horas de diálogo, o Santo Padre falou da
realidade e dos vários desafios da vida sacerdotal, além de responder a algumas
perguntas dos sacerdotes.
“O sacerdote,
à medida que vai andando no amor com Jesus, sente o carinho de seu Mestre de maneira distinta. E o busca, o comunica e o
ama com carícias renovadas. Amem, deixem-se amar, abram o coração a Ele”,
disse.
Da mesma forma
que um homem e uma mulher não deixa de falar de sua paixão quando estão
apaixonados, um padre apaixonado por Jesus se deixa notar. “Quando um sacerdote
é apaixonado por Jesus se nota, se reconhece, se vê esse amor que é transmitido
constantemente”.
E não basta
contemplar Jesus, disse o Papa, é preciso que os padres se deixem contemplar
por Jesus. Às vezes essa pode ser uma tarefa difícil quando os padres estão
cansados, com problemas, de forma que podem até acabar cochilando diante do
Sacrário. Mas nesses momentos, disse, Deus olha para os padres como um pai que
olha para o filho dormindo. “Se você dorme diante do Santíssimo não se
preocupe, mas vá até o Tabernáculo, não deixe de ir”.
Como falar do amor de Jesus?
Um ponto da
reflexão do Papa foi sobre como os sacerdotes podem falar do amor
de Jesus. Um espaço já muito conhecido são as homilias, durante a Santa Missa.
Ele explicou que as pessoas normalmente não suportam mais que 30 minutos de
homilia, pois se distraem; o que elas querem é que o padre fale ao seu coração.
“Existem
homilias que são ótimas aulas de teologia, mas não chegam ao coração. Não se
esqueçam que a homilia não é uma conferência, uma lição de catequese, é um
sacramental. É colocar o melhor de mim para que o Espírito Santo fale, para que
toque o coração (…) Falem ao povo de Deus com homilias bem feitas, encontrem-se
entre vocês para preparar a homilia (…) não percam tempo, falem de Jesus, sobre
Jesus, da alegria de uma fé firme em Cristo”.
Francisco
enfatizou que os padres são chamados a ser como Jesus, amar sem limites, em
todas as circunstâncias. Algo que o entristece, por exemplo, é quando ele vê um
padre se recusar a dar o Batismo a uma criança recém-nascida porque ela é filha
de mãe solteira ou de um pai de segunda união.
“O batismo não
pode ser negado a ninguém. Por favor, que isso fique marcado em seus corações.
Não aterrorizem o povo de Deus, não os façam fugir. Ninguém me contou isso, eu
vi (…) Por favor, uma Igreja sem Jesus e sem misericórdia, não”.
Com atitudes
assim, o Papa explicou que a Igreja se torna madrasta, em vez de ser mãe. “Por
favor, façam as pessoas sentirem que a Igreja é sempre mãe”.
Fonte: cancaonova.com