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Servo de Deus Pe. Giovanni Semeria

6 de novembro de 2013

Servo de Deus
Pe. Giovanni Semeria
(1867 – 1931)
ORAÇÃO
Ó Senhor, que socorrestes o vosso servo Giovanni Semeria nos momentos difíceis da vida e lhe inspirastes uma incansável caridade para aliviar os sofrimentos dos outros, concedei-me, por sua intercessão, a graça que vos peço nas presentes angústias, confiando na vossa bondade e onipotência.
Amém!

(Quem receber alguma graça por intermédio da intercessão do Servo de Deus, Padre Semeria, por favor, informar aos Padres Barnabitas, Via Maragliano, 1 - 16121 – Genova, Itália. Ou a Famiglia dei discipoli, Via dei Pianellari, 7 – 00186 – Roma, Itália. Ou escreva ao e-mail do blog que repassaremos aos responsáveis: blogvocacionalbarnabita@gmail.com)

Em 21 de agosto de 1882 chega a Monza, na casa de noviciado, o jovem Semeria Giovanni, proveniente do Colégio Carlo Alberto de Moncalieri (Turim) decidido a tornar-se barnabita.
O Pe. Preda o abraça de coração, e o guardou como um tesouro recebido das mãos de Santo Antonio Maria Zaccaria, sustentou-o no sacrifício lento e contínuo, comparado ao grão lançado no sulco para germinar e produzir o fruto de santidade.
O Pe. Mestre repetia frequentemente: “A santidade, meus caros filhinhos, se não a conquistamos aqui no noviciado, onde há os meios a nossa disposição, dificilmente a poderemos alcançar em outro lugar”.
O jovem noviço amadurecia o precioso dom da vocação à vida religiosa animado e sustentado pelos exemplos edificantes de um Pe. Villoresi, de um Pe. Schilling, de um Pe. Riccadonna e se aplicava à vida religiosa com o mesmo entusiasmo que havia dedicado aos estudos no Colégio de Moncalieri.
Já desde a sua primeira carta enviada à sua mãe se revela o seu espírito: “Durante o meu retiro seja dirigido a ti a minha primeira palavra, a ti que com tão grande sacrifício do teu coração me doaste ao Senhor. Eu a ti disto terei eterno reconhecimento. Tu roga, minha mãe, pelo teu filho: roga ao Senhor para que me queira manter a graça da vocação, que me dê ajuda, a força necessária para completar a minha santificação...”. Assinava: Filho em Cristo, noviço da Congregação de São Paulo.
Transcorreu o ano de noviciado com tanta alegria, desejoso de imitar, do sacerdote, o zelo extraordinário do Pe. Villoresi. Quando em 20 de junho participou dos solenes funerais daquele santo religioso, ficou emocionado pela numerosa multidão que chorava o Pe. Villoresi, e meditava: “Quão é sublime a missão do sacerdote! Quanto mais se semeia, tanto mais se colhe! Ó Jesus, dai-me esta graça: Almas, Almas! O resto não me interessa”.
  Anunciando a sua mãe a data da sua profissão religiosa, fixada para o dia 22 de outubro de 1883, assim escrevia: “Segunda-feira me consagrarei ao Senhor, escolherei Jesus Cristo por minha porção no tempo e na eternidade, renunciando para sempre aos bens e aos prazeres todos do mundo, à minha própria vontade para ceder de tudo o domínio ao bom Deus. Longe de pensares este ato uma estupidez e loucura, o tens em conta, como é verdadeiro, de suma graça do Senhor, e não faltarás de rogar naquele dia para que meu holocausto, agradável diante de Deus, e subindo a Deus como suave perfume, atraia as suas celestes benções sobre todos vós. Por favor, reza para que nunca chegue o dia em que eu às promessas juradas perante a Deus e ofenda os sacrossantos votos. Tu ainda naquele dia farás sacrifício de mim ao Senhor. Deus o pede a ti como um dia o pediu a Abraão. Eis feliz porque foste digna de tanta sorte”.
  Após a profissão religiosa, os Superiores o mandaram para Roma para o estudo da filosofia e da teologia, em preparação ao sacerdócio. Em julho de 1885 coroava os seus estudos com uma brilhante licença. O presidente da comissão examinadora quis interrogá-lo pessoalmente e aos colegas disse em tom de brincadeira: “Se este frade torna-se padre, aposto que se tornará Papa; se, pois não se torna padre, certo se tornará Ministro da Pública Instrução”.
  Entrando na teologia, se apaixonou por todos os mais altos problemas sobre Deus, estudando a dogmática de São Tomás, dedicando-se aos estudos bíblicos e patrísticos.
  Ainda estudante publicou o seu primeiro livro: “Analise do ato de fé”. Em 05 de abril de 1890, com o fervor e o ardor dos seus 23 anos, subia ao altar para oferecer a Deus pela primeira vez a Vítima Santa. Os votos ardentes do seu coração e as orações da sua piedosa mãe foram realizados. Permaneceu em Roma cinco anos, doando as suas abundantes primícias à juventude conquistada pela sua fácil eloquência rica de amor de Deus. No mesmo tempo, eleito sócio de várias Academias, escrevia artigos teológicos e bíblicos e começava a serie das suas conferencias e pregações em varias cidades da Itália.
  Em outubro de 1892, por desejo de Leão XIII, interveio como Seu enviado ao Congresso Católico dos cientistas, realizado em Gênova. Nesse ínterim, se formou em Belas Letras em Roma, completando-as em Turim com uma tese em filosofia sobe Severino Boécio.
  O Capítulo Geral de 1895 o destinou para Gênova, como Vice-reitor e Professor do Instituto “Vittorino da Feltre” e por 17 anos foi a alma dele dirigindo também a escola superior de religião para o estudo e a divulgação da história e do pensamento cristão.
  Também, na Igreja delle Vigne mantinha alguns cursos regulares de homilias dominicais que por 11 anos atraíram toda a Gênova culta, desde o Advento à Quaresma.
  Celebríssimo fora o seu sermão quaresmal de 1897 em São Lourenço em Damaso, em Roma, naquela ocasião o Papa Leão XIII foi abundante em elogios e em encorajamentos e se disse satisfeito porque as suas palavras haviam iluminado e confortado tantas personagens doutas.
  Naqueles anos tomou parte ativa ao férvido movimento de ideias e de estudos religiosos e morais sobre a nascente Democracia Cristã, com aquele sincero amor à verdade, com aquela clareza de exposição que faziam acorrer a ele imensas multidões de jovens. Estes, no seu excessivo fervor de reforma, corriam o perigo de atacar o dogma e a moral cristã. A Igreja, prevendo este risco, apertou rigorosamente os freios e levantou a voz contra aqueles que se deixavam seduzir pelas boas aparências.
  O bom Pe. Semeria, embora acusado injustamente de modernismo, se humilhou, se submeteu à Santa Sé...
  Os Superiores, porém, para evitar toda errônea interpretação, o destinaram para Bruxelas, na Bélgica. Aqui assistiu a colônia italiana, de acordo com o Cardeal Mercier, e conseguiu organizar uma magnífica peregrinação para Terra Santa. A ciência e a doutrina, quando estão acompanhadas pela oração, levam sempre para o bem!
  Explodida a guerra mundial dos anos de 1915-1918, o general Cadorna quis o Pe. Semeria como capelão do Comando supremo em Údine. A Divina Providência guia este coração assim grande para um apostolado para ele providencial, completamente diferente do precedente. Agora o seu coração o leva a prostrar-se perante os soldados feridos nos campos de batalha, para recolher os seus gemidos, as suas lagrimas, o seu ultimo desejo: “Padre, Lhe confio os meus filhos”.
  Terminada a guerra, se empenhará a realizar o sonho que desde menino manifestava a sua mãe: “Quando me tornar padre quero pregar sete vezes ao dia”. “Por qual motivo?”. “Para manter os pobres órfãos”.
  De fato, com Dom Giovanni Minozzi torna-se o Fundador da Obra Nacional para a Assistência aos órfãos de guerra; pregará também noves vezes ao dia para o sustento destes meninos.
  Pela sua Obra voará para América do Norte, percorrerá os Estados Unidos, terá conferências e dos generosos emigrantes italianos receberá até dois milhões de liras. Dois milhões de liras em 1920! Vigor de corpo, coração, pulmão, voz, caneta, genialidade, amizade, sorrisos, audácia, tudo colocou a serviço para os seus órfãos caríssimos. Por eles ofereceu-se a si mesmo.
  Em 08 de março de 1931 havia falado sobre aviação na histórica Abadia de Monte Cassino: mas era muito cansado e doente. Falou estando sentado; foi o seu último discurso.
  Foi transportado para Sparanise (Rieti) em um dos seus orfanatos para que se curasse. Mas era tarde demais. Em 15 de março de 1931 o seu grande coração cessava de bater.
  O bom Padre, dois meses antes da sua morte, havia feito uma conferência em Monza, sempre em favor dos seus órfãos. Lembrei-lhe dos meus dias de militar em Údine, junto o Comando supremo, quando lhe servia a Missa dominical das 11 horas. Abraçou-me com tanta efusão dizendo-me: “És feliz, porque te encontro onde eu encontrei a fé forte e robusta, sobre o exemplo dos Santos Padres do meu noviciado: Pe. Preda, Pe. Villoresi, Pe. Schilling, e que me ajudou a aceitar e a continuar este apostolado. Reza por mim!”.
  A mesma memória nostálgica do famoso Arthur, duque de Wellington, o qual retornando à Eton após a sua gloriosa vitória em Waterloo exclamou: “É aqui em Eton, lugar da minha formação, que me lancei as bases para a vitória”.
  Quando em Monza chegou a dolorosa e triste notícia da morte do Pe. Semeria, se realizou na nossa pública Igreja um solene Oficio de sufrágio, presentes a Direção da “Casa do Soldado”, do “Pró Cultura Católica”. Grande foi a afluência seja por parte das autoridades religiosas, civis e militares, como por parte da população de Monza.

Texto extraído do livreto “Ricordando... fatti e figure di alcuni confratelli”, do padre Vittore M. Olgiati, Barnabita. Publicado em 05 de julho de 1983 em Voghera, Itália.
Tradução do italiano ao português: Jaciel Baracho, noviço barnabita.
Revisão: Pe. Victor Maria Baderacchi, CRSP.
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