Queridos irmãos e irmãs,
Saudações no Cristo que Vem!
Hoje iniciamos mais um tempo litúrgico
na Igreja, o Advento. Até a vinda definitiva do Senhor
vamos ciclicamente vivendo os tempos litúrgicos.
O Advento apresenta um duplo
caráter, que celebra a espera do Salvador na glória (Parusia) e a sua vinda na
carne (Encarnação).
O primeiro Domingo orienta para
parusia final, o segundo e o terceiro chamam a atenção para a vinda cotidiana
do Senhor; o quarto Domingo nos prepara para a natividade de Cristo ao mesmo
tempo fazendo dela a teologia e a história. A liturgia contempla ambas as
vindas de Cristo, em íntima relação entre si.
A primeira
leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às
suas promessas e vai enviar ao seu Povo um “rebento” da família de Davi. A sua
missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade,
bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da ação do Messias.
A segunda
leitura nos exorta a não nos instalarmos na mediocridade (tibieza) e no
comodismo (normosidade), mas a esperar numa atitude ativa (firmeza e decisão) a
vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o
centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.
O Evangelho de
São Lucas nos narra Jesus, o Messias filho de Davi, anunciando a todos os que
se sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo
velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo,
onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim de
acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projeto desse mundo novo”. É preciso,
no entanto, reconhecê-lo, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de
construir, com ele, a justiça e a paz.
Assim, com o I
Domingo do Advento, começa o ano litúrgico. Para nós cristãos, a essa altura, já
é propício para se desejar um bom ano. Agora é o momento oportuno para
apresentar o desenrolar de um ciclo litúrgico no seu conjunto. Descobrir este
caminho de oração, comum aos católicos do mundo inteiro, permite falar também
da importância da prática regular. É tempo para tomar boas resoluções para o
novo ano, o ano litúrgico.
Por: André Maria C. M. Carvalho, religiosos barnabita.