Uma
fisionomia espiritual de Antonio Maria Zaccaria, médico e sacerdote (1502-1539)
é a do espirito de reformador. Ora, o tema é de atualidade depois do Concílio
Vaticano II, que colocou a reforma como um dos objetivos (Paulo VI, Discurso de
Abertura).
O
Santo não tem medo de se apresentar como um revolucionário. Planeja uma nova
forma de vida, de modo programático. A ela dedica os últimos capítulos das suas
Constituições. Ele desejava preservar a vida cristã, a vida religiosa, etc.,
perante as incoerências da época. A corrupção afligia o seu tempo, a tibieza
espiritual empobrecia a relação autêntica com Deus e os irmãos.
A
sua proposta consiste num despertar na prática de uma vida religiosa, a partir
de uma perspetiva cristo-céntrica (Cristo Crucificado), e na caridade que vai,
desde o próximo, até Deus (Sermão IV). Pretendia reformar os bons costumes. Não
se trata de ser rigorista ou legalista a respeito da disciplina. Consiste mais
na escuta do Espirito que orienta a Igreja e no estar atento aos sinais dos
tempos (Gaudium et Spes, 2).
O
padre Antonio Maria Zaccaria tinha um olhar profético e otimista da realidade,
porque para ele a Providência Divina está sempre presente na história e não
esquece a obra de suas mãos.
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