O Papa Francisco retomou nesta quarta-feira, 15, o ciclo de
catequeses sobre a esperança cristã, após a pausa da semana passada para o
retiro quaresmal. A cerca de 12 mil fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Santo
Padre falou sobre a alegria de amar, pedindo que os fiéis amem como Deus: sem
hipocrisia.
A reflexão foi inspirada num trecho da Carta aos Romanos que
fala sobre a alegria de amar, o grande mandamento deixado por Jesus: amar a
Deus e ao próximo como a si mesmo. “Somos chamados ao amor, à caridade. Esta é
a nossa vocação mais sublime, a nossa vocação por excelência”.
Porém, o Papa advertiu para o risco do amor hipócrita, que é
quando o homem se move por interesses pessoais, faz caridade para ganhar
visibilidade, por amor interesseiro ou “amor de novela”.
O convite do apóstolo Paulo, explicou Francisco, é reconhecer-se
pecador e reconhecer que também o modo de amar do homem é marcado pelo pecado.
O que se deve fazer pelos irmãos é uma resposta ao que Deus faz por todos:
abrir uma via de libertação, de salvação, viver o mandamento do amor servindo
principalmente os mais necessitados.
“De fato, todos nós fazemos a experiência de não viver
plenamente ou como deveríamos o mandamento do amor. Mas também esta é uma
graça, porque nos faz compreender que também para amar precisamos que o Senhor
renove continuamente este dom no nosso coração, através da experiência de sua
infinita misericórdia”.
Somente deste modo, acrescentou o Santo Padre, será possível
voltar a apreciar as pequenas coisas, de todos os dias e amar os outros como
Deus os ama, isto é, procurando apenas o seu bem. “Aqui está o segredo para
‘sermos alegres na esperança’: porque temos a certeza de que, em todas as
circunstâncias, inclusive nas mais adversas, e apesar das nossas faltas, o amor
de Deus por nós não esmorece. E assim, certos de sua fidelidade inabalável,
vivemos na alegre esperança de retribuir nos irmãos, com o pouco que nos é
possível, o muito que recebemos Dele todos os dias.”