O Papa Francisco se reuniu com cerca de 10 mil fiéis nesta
quarta-feira, 22, para a tradicional audiência geral, a catequese. A reflexão
de hoje foi sobre a esperança cristã e a criação.
Francisco
recordou que Deus confiou ao homem a proteção da natureza para que pudesse
entrar em relação com Ele, reconhecendo nela o seu vestígio. Porém, quando se
deixa levar pelo egoísmo, o ser humano acaba por arruinar inclusive as coisas
mais belas.
“E,
infelizmente, a consequência de tudo isso está dramaticamente sob os nossos
olhos, todos os dias”. Como exemplo, o Papa falou da água, que dá a vida, porém
é contaminada e destrói a criação. Onde tudo remetia ao Pai Criador e ao seu
amor infinito, agora traz o sinal triste e desolador do orgulho e da voracidade
humanas.
O
Santo Padre observou, porém, que Deus não deixa o homem sozinho e oferece uma
perspectiva nova de libertação, de salvação universal. “Se prestarmos atenção,
tudo ao nosso redor geme: geme a própria criação, gememos nós seres humanos e
geme o Espírito dentro de nós, no nosso coração”.
Esses
gemidos não são uma lamentação estéril, desconsolada, mas – como destaca o
Apóstolo – são os gemidos de uma mulher prestes a dar à luz; são gemidos de quem
sofre, mas sabe que está para chegar uma nova vida. “E no nosso caso é
realmente assim”, pontuou.
O
cristão não vive fora do mundo, sabe reconhecer na própria vida e naquilo que o
rodeia os sinais do mal, do egoísmo e do pecado. É solidário com quem sofre,
com quem chora, com quem está marginalizado, com quem se sente desesperado. Ao
mesmo tempo, porém, o cristão aprendeu a ler tudo isso à luz da Páscoa, com os
olhos de Cristo Ressuscitado, e sabe que o presente é tempo de expectativa,
tempo animado por um anseio que vai para além do presente.
Na
esperança, disse o Papa, se sabe que o Senhor quer curar definitivamente, com a
sua misericórdia, os corações feridos e humilhados e aquilo que o homem
deturpou com a sua impiedade, tudo regenerando num mundo novo e numa humanidade
nova reconciliados finalmente no seu amor.
A
mensagem final de Francisco foi de esperança. “Quando somos tentados pelo
desânimo, pelo pessimismo, caindo em inúteis lamentações ou ficando sem saber
que pedir ou esperar, vem em nosso auxílio o Espírito Santo, que mantém vivos
os gemidos e anseios do nosso coração. O Espírito vê, por nós, para além das
aparências negativas do presente e revela-nos já agora os novos céus e a nova
terra que o Senhor está preparando para a humanidade”.