
“Não é tanto por muita
falação, não é tanto por muitos documentos, não é tanto por doutrinação que a
Igreja vai crescer. A vida religiosa, a Igreja, cresce por atração”, afirmou o
cardeal referindo-se à realidade da diminuição no número de vocações e da
identidade missionária da Igreja.
O Cardeal manifestou o desejo de que a
celebração desse dia servisse de apelo para a Igreja de todo o Brasil diante da
necessidade urgente dos povos da região amazônica.
“Queremos que essa celebração seja um grande apelo
missionário, que essa celebração não seja somente uma comemoração, mas também
um apelo renovado e missionário para as Igrejas do resto do Brasil, para os
padres, para os religiosos”, enfatizou.
"A Igreja não deve pensar em si mesma,
ela deve fazê-lo por causa d´Ele não por causa dela, mas por causa daqueles que
precisam. Uma Igreja assim atrai".
A esse respeito, Dom Cláudio disse entender que a necessidade
de vocações acontece em todas as realidades, mas julgou que a Amazônia tem
relevância diante do desafio que ela impõe aos missionários que atuam nessa
região, tanto pelas longas distâncias quanto pelos desafios culturais,
econômicos, políticos e ambientais.
"Existe falta de padre por todo lado",
frisou o cardeal. "E quando a gente pensa na necessária presença física, a
gente diz ‘por toda parte falta padre’. Mas aquela Igreja na Amazônia tem
carências muito especiais porque tem características especiais”, destacou.
Por fim, o cardeal citou que a Igreja fará
diferença na medida em que levar a misericórdia, em que encurtar as distâncias
com aqueles que mais precisam de sua Palavra.
“A Igreja não deve pensar em si mesma, ela deve
fazê-lo por causa d´Ele não por causa dela, mas por causa daqueles que
precisam. Uma Igreja assim atrai. Aliás, Jesus disse ‘no dia em que eu for
elevado na cruz eu atrairei todos a mim’. Ele não disse ‘pela minha pregação’,
claro que também pela pregação, mas Ele diz no dia em que eu fizer o ato
supremo da misericórdia para a humanidade é aí que eu vou atrair todos. É a
misericórdia que faz a diferença, ela torna a fé real, viva! Paulo já dizia
isso: uma fé que não se traduz em caridade é uma fé morta. É a caridade que
atrai. Então também nós pensemos nisso, na medida em que vamos de fato,
encurtamos as distâncias, nessa medida a Igreja faz a diferença e ela cresce
por atração”, finalizou.