Após a pausa do verão europeu, o Papa
Francisco retomou nesta terça-feira, 1º, a celebração da Santa Missa na
Casa Santa Marta. O Pontífice iniciou sua reflexão dizendo que “a esperança do
encontro final com Cristo é reforçada entre os cristãos graças ao consolo mútuo
em Jesus, feito de boas obras e boas palavras e não de fofocas”.
O Papa meditou o trecho da carta de
São Paulo que fala sobre o comportamento da antiga comunidade de Tessalônica.
Uma comunidade inquieta, que se questionava e perguntava ao Apóstolo como e
quando seria o retorno de Cristo, qual o destino dos mortos e à qual era
preciso dizer: “Quem não trabalha, não come”.
Fofocas não confortam
O Pontífice observa que São Paulo
afirma que o “dia do Senhor” chegará improvisadamente como um ladrão, mas que
Jesus trará a salvação a quem acredita n’Ele. “Consolem-se mutuamente e
ajudem-se uns aos outros. É justamente a consolação que dá esperança”, reitera.
“Este é o conselho: consolem-se.
Consolem-se mutuamente. Falar disso: mas eu me pergunto: nós falamos disso, que
o Senhor virá, que nós o encontraremos? Ou falamos de tantas coisas, também de
teologias, de coisas de Igreja? De padres, irmãs, monsenhores, tudo isso? E o
nosso consolo, é esta esperança? Consolem-se mutuamente. Consolem-se em
comunidade. Nas nossas comunidades, nas nossas paróquias se fala disso, que
estamos à espera do Senhor que virá, ou se fofoca disso, daquele, daquela, para
passar um pouco o tempo e não se aborrecer muito?.”
O julgamento e o abraço
O Papa acrescenta dizendo que no salmo
responsorial todos repetem: ‘Estou certo de contemplar a bondade do Senhor na
terra dos vivos’. Mas será que tem a certeza de contemplar o Senhor? “O exemplo
a seguir é o de Jó, que, apesar de suas desventuras afirmava decidido: eu sei
que Deus está vivo e vou vê-lo, e vou vê-lo com estes olhos”.
“É verdade, Ele virá para julgar e
quando vamos à Sistina vemos a bonita cena do Juízo Final. Mas pensemos também
que ele virá me ver para que eu O veja com meus próprios olhos, O abrace e
esteja sempre com Ele. Esta é a esperança que o Apóstolo Pedro nos diz para
explicar com a nossa vida aos outros, para dar testemunho da esperança. Este é
o verdadeiro conforto, esta é a verdadeira certeza.
O conforto de boas palavras e
obras
Como São Paulo aos cristãos de ontem,
o Papa Francisco recorda o conselho para aqueles da Igreja contemporânea:
“confortem-se uns aos outros com as boas obras e se ajudem uns aos outros. E
assim vamos para frente”.
“Peçamos ao Senhor esta graça, que a
semente da esperança que semeou em nossos corações cresça até o encontro final
com Ele. ‘Estou certo de que eu verei o Senhor’. ‘Estou certo de que o Senhor
vive’. ‘Estou certo de que o Senhor virá a encontrar-me’. E este é o horizonte
de nossas vidas. Peçamos ao Senhor esta graça e nos confortemos uns aos outros
com as boas ações e as boas palavras, neste caminho”.
Fonte:
cancaonova.com