O Papa iniciou sua semana celebrando a
Missa na capela da Casa Santa Marta. Concelebraram com Francisco os Cardeais do
C9, que a partir desta segunda-feira, 14, se reúnem com o Santo Padre. Na festa
da Exaltação da Santa Cruz, o Papa advertiu para as tentativas do diabo de nos
seduzir e nos arruinar.
Francisco
desenvolveu sua homilia partindo das leituras do dia e chamou a atenção para o
fato de o protagonista ser a serpente. O Gênesis apresenta o animal como o mais
astuto, que é encantador e tem capacidade de fascínio. O Papa lembrou que a
serpente mente e a capacidade de sedução dela nos arruína: “Promete muitas
coisas, mas na hora do acerto, não compensa, é um mau pagador. Mas tem esta
capacidade de seduzir, de encantar. Paulo reprova os cristãos de Galácia que
lhe criam tantos problemas e lhes diz: ‘Mas, tolos Gálatas, quem vos encantou?
Vós que sois chamados à liberdade quem vos encantou?’. Eles foram corrompidos
pela serpente. E isso não é algo novo, estava na consciência do povo de
Israel”.
O Papa
destacou ainda o fato de o Senhor dizer a Moisés para “fazer uma serpente de
bronze” e quem a olhasse seria salva. Esta, acrescentou, é uma figura, mas
também “uma profecia, é uma promessa, uma promessa não fácil de entender”
porque o próprio Jesus em Nicodemos explica que “como Moisés elevou a serpente
no deserto, assim é preciso que seja elevado o Filho do homem, para que quem
acredita Nele tenha a vida eterna”. E Francisco frisou que a serpente de bronze
era uma figura de Jesus elevado sobre a Cruz.
Jesus assumiu sobre si todos os
nossos pecados
“Mas porque o
Senhor utilizou esta figura assim tão feia, tão má? Simplesmente porque Ele
veio para assumir sobre si todos os nossos pecados e Ele se tornou o maior
pecador sem cometer nenhum. E Paulo nos diz: ‘Ele se fez pecador por nós’,
retomando a figura ‘Ele se fez serpente’. É feio! Ele se fez pecado para nos
salvar, isso significa a mensagem da liturgia da Palavra de hoje, o percurso de
Jesus”.
Deus se fez
homem e assumiu o pecado. E Paulo aos Filipenses explica este mistério: “Mesmo
sendo na condição de Deus, Jesus não considera um privilégio ser como Deus, mas
esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo, tornando-se semelhante
aos homens; humilhou-se e tornou-se obediente até a morte e morte de Cruz”.
O Papa
finalizou a homilia lembrando que o caminho do cristão é o mesmo de Jesus na
cruz. Os fiéis devem refletir no mistério do crucificado. “Olhar para a Cruz de
Jesus, mas não aquelas cruzes artísticas, bem pintadas: olhar a realidade, o
que era a cruz naquele tempo. E olhar para o seu caminho e para Deus. Ele
aniquilou-se, abaixou-se para nos salvar. Este é também o caminho do cristão.
Se um cristão quer avançar no caminho da vida cristã deve abaixar-se, como se
abaixou Jesus. É o caminho da humildade, sim, mas também para carregar sobre si
a humilhação como carregou Jesus”.
Ao final, o Papa pediu então a graça a
Nossa Senhora de “chorar de amor, de chorar lágrimas de gratidão porque o nosso
Deus tanto nos amou que ele enviou seu Filho” para “abaixar-se e aniquilar-se
para nos salvar”.
Fonte: cancaonova.com