
Vivemos novos tempos, numa
cultura rica de possibilidades, mas também de crises, até de expurgo
institucional que, certamente, vai trazer frutos positivos. Em tudo, não
podemos perder a dimensão do Espírito de Deus como iluminador dos meios que
ocasionam um mundo diferente, que consegue harmonizar as diversidades e acertar
as arestas na governabilidade.
As fragilidades e dúvidas
de hoje, que causam medo e sintoma de hostilidade, devem ser superadas com a
presença de Cristo Ressuscitado. Sua presença se faz visível quando as pessoas
colocam confiança Nele. O medo gera desconfiança, faz a pessoa ver Cristo como
um fantasma e não como libertador. Mas Ele caminha com aqueles que O têm como
Deus da vida plena.
As injustiças, as guerras
e violências são faltas de paz, ou não reconhecimento da presença daquele que é
capaz de realizar a paz verdadeira. É não ter ciência do sopro fecundo do
Espírito, provocando uma nova geração. Pentecostes constitui a efusão do
Espírito de Cristo Ressuscitado e fonte genuína de dinamismo cristão.
Celebramos a Festa da
Unidade e Comunhão entre as pessoas, principalmente entre os cristãos, da
convergência de forças para construir verdadeiras comunidades. No Espírito
Santo não existem fronteiras, limites e barreiras intransponíveis, sejam
religiosas ou nacionais. Ele conduz as pessoas até aos extremos da
misericórdia, fazendo a humanidade um só povo em Cristo.
A concorrência desleal não
faz bem às pessoas. Ela facilita a desonestidade e a exploração, seja no
aspecto cultural, econômico ou político. É mais saudável a prática da doação,
da gratuidade, da acolhida e da comunhão. O Espírito de Pentecostes não propaga
exclusão, mas distribui perdão que vem de Deus.
Dom
Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Arcebispo de Uberaba (MG)
Fonte: cnbb.org.br