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O verdadeiro arrependimento

28 de março de 2015

Inicialmente, escutar o Evangelho exige uma resposta visto que a boa nova de Deus irrompe e se manifesta com poder. Em Marcos 1,15 expressa-se a novidade que Jesus traz: “Cumpriu-se o tempo e está chegando o Reino de Deus; arrependei-vos e crede no Evangelho”. O trecho bíblico sugere que a resposta do cristão seja radical dado que seguir a Cristo pressupõe mudar de horizonte de vida, implica romper com o passado e levar um compromisso ético. Evidentemente, o Reino de Deus está tão perto de nós, de maneira oculta.
Antes de Jesus, estava um profeta preparando o coração do povo: “E foi assim que chegou João, batizando no deserto e pregando um batismo de arrependimento para perdão dos pecados” (Mc 1,4); por outro lado, Jesus não só chama o povo ao arrependimento, mas também pede para ter fé no Seu reinado.
O que significa arrepender-se? Precisamente é afastar-se do velho modo de vida para abraçar o novo modo, sob o reinar de Deus.
De fato, o Senhor sempre está na alegre espera do pecador arrependido, como enfatiza em Lucas 15,7: “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”. Sem dúvidas o olhar de Deus é tão diferente em comparação à justiça humana.
Simplesmente, a proclamação inicial de Jesus, do reinado, é a chave para desvendar tudo o que ele faz e diz. Sua atividade é chamada constantemente ao arrependimento e à fé na boa nova de Deus de que fez sua aparição inicial o reinado de Deus (F. MATERA, p. 31).
Com efeito, o exemplo de resposta cristã é observado nos discípulos porque eles deixaram atrás o meio de sobrevivência e seguiram a Jesus (cf. Mc 1,16-20 par; Lc 9,57-62 par; Jo 1,35-51), exemplificando melhor, vejamos a vocação de Levi (Mc 2,13-17); sem dúvidas, foi algo surpreendente, pois não estava sendo chamado um conhecedor das Escrituras, ou alguém de boa reputação na comunidade. Muito pelo contrário, Jesus estava convidando a um pecador para estar ao Seu lado. Ora, Jesus não se deixa influenciar pelos estereótipos humanos, porque o mais importante é cumprir o projeto do Reino: “E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento” (Mc 2,17).
Não faltaram as tentações e provas durante a caminhada, o ponto de vista do mundo sempre estará presente com propostas: “salvar a própria vida”, “ser primeiro de todos”, “ser um ídolo”, no entanto, o seguidor de Cristo terá em conta o ponto de vista de Deus: “entregar a própria vida”, “ser o último de todos”, “ser servo de todos”, resultado: o chamado ao arrependimento implica colocar nosso ponto de vista com o ponto de vista de Deus.
Finalmente, é a fé que nos vai dar entendimento e compreensão das Palavras de Cristo, ao contrário da incredulidade que só conduz à cegueira e confusão. Crer no evangelho (Mc 1,15) implica deixar o coração aberto ao poder de Deus. Vejamos exemplos de pessoas que acreditaram: o paralítico curado (Mc 2,5), a mulher com hemorragia (Mc 5,4), por último, o cego Bartimeo, diz-lhe Jesus: “Vai, a tua fé te salvou” (Mc 10,52).
Vivamos a Semana Santa num clima de oração e reflexão de tal maneira que o Reino de Deus possa ser transmitido aos nossos irmãos e irmãs sedentos da Palavra que dá vida.
Bênçãos de Deus! Um grande abraço.

Por:


REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
FRANK J. MATERA, Ética do Novo Testamento, São Paulo: Paulus, 1999.
BIBLIA TRADUCÃO ECUMÉNICA, 1994.
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