Estimados irmãos e irmãs, saudações no Cristo Crucificado
Vivo!
A Missa é o Memorial da Páscoa do Senhor, momento em que
Jesus, pela sua Eucaristia, nos dá o alimento que dura para a vida eterna.
Quando aos Domingos nos reunimos para a celebração da Missa, nos tornamos a Assembleia que Deus convocou para que
o escutemos. Ele nos fala pelo Filho “que
ressuscitou dos mortos e que constituiu Senhor da Igreja”. A Assembleia
que, no deserto, se reunia diante da Tenda para ouvir o que Deus queria lhe
testemunhar pelo Profeta, agora se reúne para fazer memória do testemunho de
Jesus Cristo. Ele nos admoesta com o seu ensinamento cheio do Espírito e o
memorial da sua Morte redentora, fonte do Espírito. Guiados pelo Espírito das
suas palavras e fortalecidos pela graça que a participação ao seu sacrifício nos
comunica na Comunhão, estamos cada vez mais em condições de tornar a nossa vida
um serviço a Deus e de testemunhar a nossa fé pelos nossos atos e as nossas
palavras.
A Eucaristia foi instituída por Cristo Senhor como
Memorial da sua morte redentora. Durante a sua última Ceia com os Apóstolos,
enquanto celebrava a Páscoa hebraica, instituiu o Memorial da sua Páscoa. Tomou
o pão e o ofereceu aos seus apóstolos para que comessem das suas carnes
imoladas em sacrifício de redenção das suas culpas dizendo: “Tomai o meu corpo entregue por vós”. Tomou,
também, o vinho e o deu aos seus apóstolos dizendo: “Tomai o meu sangue derramado por vós e por todos os homens para a
remissão dos pecados”. Concluiu dizendo: “Fazei isto em minha memória”. Estamos diante de um alimento
sacrifical, sacramento do Corpo de Cristo e do Sangue de Cristo. São Tomás nos
explica que não é Cristo como indivíduo que está em cada hóstia; é a substância
do pão e do vinho que são transubstanciados; o que torna possível a presença
real de Cristo em toda e cada hóstia consagrada. Entendemos, ao mesmo tempo,
que a presença de Cristo é mantida enquanto subsistem as propriedades do pão e
do vinho como alimentos. O mistério inatingível está no fato que não sabemos
explicar como os elementos já não são mais eles enquanto conservam todas as
propriedades que os tornam pão e vinho. A transubstanciação pode ser iluminada
pelo próprio mistério da Encarnação: a humanidade de Cristo, embora possuindo
todas as condições de um ser humano, de fato, não chega a se constituir numa
pessoa humana: é mera condição humana da Pessoa divina do Verbo. Assim é da
Eucaristia. Embora mantendo todas as condições que fazem dela um alimento
natural, ela é mera condição de manifestação visível do Corpo e do Sangue de
Cristo na condição de alimento, sacrifício e comunicação do Espírito de Cristo.
Para que se
realize a Eucaristia é necessário que haja entre os membros da Igreja quem,
pela imposição das mãos do presbitério, tenha recebido o poder de consagrar. O
sacerdote, juntamente com a Assembleia, deve ter a intenção de repetir o que
Jesus realizou na Última Ceia. Ainda assim, o sacerdote exerce uma função
ministerial porque quem consagra é Cristo.