A experiência Pascal de Cristo é
o principio hermenêutico de toda a cristologia. Tudo parte dessa vivência de fé
dos discípulos que nos transmitiram com grande valentia e gozo o evento Cristo
como centro de toda a história da humanidade.
É provável, como vemos nos
evangelhos, que os discípulos não compreenderam rapidamente a pessoa e obra do
Mestre. Alguns conheciam as escrituras, porem continuavam com dúvidas, J.
Dupuis refere-se a esta situação afirmando: “Contam-nos os Atos que eles, até
depois da ressurreição, aguardavam um reino político, com a restauração, por
Jesus (At 1; 16)” (p.56).
Constate-se que antes da Páscoa
os discípulos tinham fé, mas ela não estava amadurecida. Por isso, eles
seguiram deixando tudo com esperança em Jesus. Como se pode ver essa
experiência pré-pascal é muito importante porque demonstra que acreditavam num
sentido bíblico-teológico em Jesus. Em linhas gerais houve uma transformação
real na forma de acreditar dos seguidores e tudo indica que o processo não foi
em vão.
A missão de
Jesus
O centro da pregação de Jesus era
o Reino de Deus, na verdade até agora para muitos cristãos é difícil saber o
seu significado. J. Dupuis interpreta o tema central do kerigma dizendo: “O Reino é símbolo do novo ‘domínio’ que Deus vai
instaurar no mundo, ao renovar todas as coisas e restabelecer todas as relações
de Deus com os homens e dos homens entre si” (p. 60). Deus mesmo se comunica e
começa a agir no universo de forma efetiva e trazendo uma nova ordem através de
Jesus. Aqui, o domínio de Deus sobre os homens é num sentido de orientar
completamente as relações humanas expressas em: fraternidade, justiça, direito,
paz, etc.
Em suma, os pobres ocupam um
lugar prioritário na missão de Jesus, “são os economicamente deserdados, entre
os quais se incluem as classes desprezadas, oprimidas e marginalizadas. Numa
palavra, todos os que são vítimas de estruturas injustas, sofrem condições desumanas”
(p.63). Em síntese, devemos aprender os valores, como a confiança e esperança
que os pobres colocam em Deus.
Por:
Referência
Bibliográfica:
DUPUIS Jacques, Introdução a cristologia. São Paulo:
Loyola, 1999, p. 55-75.