Hoje, 30 de junho, dia em que nossa Congregação festeja São Paulo
Apóstolo, nosso patrono, eis um belo texto extraído da Liturgia das Horas
própria da Congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo (Barnabitas) sobre
nossa história e sua ligação com esse grande santo da Igreja:
Decidiram alguns que os nossos confrades fossem denominados Clérigos
Regulares de São Paulo Degolado. Esta denominação permaneceu longamente. Tais
padres julgavam que assim exigiam os seus desejos, que os levaram a abraçar não
só a doutrina do Apóstolo, mas também a imitar-lhe os padecimentos. Depois,
refletindo maduramente, os Confrades começaram a omitir o nome de Degolado,
seja por motivo de brevidade, seja porque, dentro das possibilidades da
fragilidade humana, nos consagramos a seguir o santo Apóstolo – que veneramos
como Degolado- principalmente como vivente e, por amor a Cristo, travando na
terra o bom combate, mais do que a gozar da glória celestial. Portanto, este
excelso Mestre da disciplina cristã foi escolhido pelos Padres como guia e
santíssimo patrono, para que eles cumprissem direito a regra da vida apostólica
que haviam adotado. Assim, entusiasmados pelo seu exemplo e arrimados na sua
proteção, tanto eles como os sucessores programaram a vida, de modo que
pudessem dizer com o Apóstolo dos Gentios: Trazendo sempre em nosso corpo a
morte de Nosso Senhor Jesus Cristo (2Cor 4, 10), vencemos tudo por amor a Ele,
que nos amou (Rm 8, 37). Tudo podemos nele, que nos fortalece (Fl 4, 13). Tudo
suportamos em favor dos escolhidos, para que eles também alcancem a salvação
(2Tm 2,10)
Desse modo, unidos ao Santo, entregavam-se a Deus nas orações, nos
jejuns, nas vigílias. Mediante a contemplação, elevaram-se até os coros
celestiais. Com o Apóstolo, deleitavam-se em ajudar na salvação eterna das
almas resgatadas pelo precioso sangue de Cristo.
De tal maneira, não se dedicavam aos cuidados alheios e externos, aponto
de, como esquecidos da própria salvação, desprezarem a solidão da prece e os
colóquios divinos. Não serviam ao proveito dos outros, tratando de negócios
mundanos e alheios à nossa instituição.
Pelo contrário, deixando as coisas temporais às pessoas terrestres,
fielmente administravam os presentes de Deus aos fiéis. Pois, sabiam, que, “a
fim de agradar àquele que o alistou, nenhum conscrito na milícia de Deus, fica
embaraçado em negócios mundanos” (2Tm 2, 4).
Enfim, para serem filhos legítimos de tão grande pai, “julgavam tudo
como lixo, a fim de ganharem a Cristo (Fl 3, 8). Fizeram-se “tudo a todos para
salvar a todos” (1Cor 12, 31). Aspirando a “carismas melhores” e “procurando o
bem, não só perante Deus, mas também diante dos homens” (Rm 12, 12), procediam
de maneira “digna da vocação” deles, “com toda a humildade e mansidão, com
paciência se suportando mutuamente na caridade, zelosos em conservar a unidade
do espírito no vínculo da paz” (Ef 4, 1-3).
A modalidade do nosso Instituto se mantém nestes e semelhantes preceitos
do Apóstolo.
São Paulo Apóstolo, Rogai por nós!