O Tribunal de Apelações de Jartum no Sudão suspendeu nesta segunda-feira,
23, a sentença de morte da jovem mãe cristã Meriam Ibrahim e ordenou sua
libertação imediata, informou seu advogado.
A cadeia internacional de notícias CNN assinala que a jovem
mãe cristã foi posta em liberdade e o jornal The a Africa Times acrescenta que
o advogado de Meriam indicou à imprensa que ela já estava caminho a casa, e que
a decisão da Corte pegou todos de surpresa, incluindo ela mesma.
A jovem foi presa com seus dois filhos e a justiça lhe havia dado
dois anos de vida para que pudesse
amamentar seu segundo filho, nascido na prisão em maio. O motivo da prisão foi
sua suposta conversão do Islã ao cristianismo por três pessoas que asseguraram
ser seus parentes, apesar das constantes alegações da jovem de que ela sempre
tinha sido cristã e fora criada como tal por sua falecida mãe, Meriam assegurou
em todas as ocasiões que jamais havia “abandonado” o islã.
Daniel Wani, o marido de Meriam, contou à imprensa que
durante o parto, as autoridades penitenciárias “mantiveram uma corrente em suas
pernas. Ela está muito enfadada por isso”.
Depois do parto, Daniel não obteve a permissão de ver sua
filha recém-nascida, mas finalmente pôde fazê-la ao dia seguinte, junto ao
advogado de Meriam. Só então foram retiradas as correntes postas nas pernas da
mulher sudanesa.
As autoridades islâmicas a condenaram também a 100 chicotadas
pelo delito de adultério, pois seu matrimônio com o Daniel Wani não é
reconhecido como tal sob a lei muçulmana. Depois de ser advertida por um
religioso muçulmano do perigo para sua vida, Meriam manteve-se firme: "sou
cristã e seguirei sendo cristã".
Em uma das visitas que realizou Daniel à prisão, Meriam lhe
disse que “me recuso a mudar (de religião). Não vou renunciar ao cristianismo
só para que possa viver. Sei que poderia seguir viva me convertendo em
muçulmana e seria capaz de velar por nossa família, mas preciso ser honesta
comigo mesma”.
Através da plataforma CitizenGO, impulsionou-se uma campanha
exigindo a libertação do Meriam e se reuniram mais de 304 mil assinaturas.
Fonte: acidigital.com