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Os santos no projeto de salvação

20 de maio de 2013


A Trindade preside o projeto de salvação. O Pai aparece como princípio sem princípio. Dele tudo procede. No tempo, envia o Filho, que assumiu a humanidade com o belo nome de Jesus. O Espírito participou no princípio na própria origem do Filho, assistiu-o na história e deixou-se ser enviado por ele e pelo Pai para ficar presente entre nós, como aquele que nos ensinará e nos recordará tudo o que Jesus nos disse. Aí está o projeto de salvação na primeira fonte.
Depois entramos nós como os destinatários queridos. Na acolhida do plano de Deus, os humanos divergem imensamente. A primeira e mais perfeita criatura chama-se Maria. Deus a escolheu como mãe de Jesus. Precede a todos na santidade. Diferentemente da visão pagã, ela não faz parte por natureza da vida íntima da Trindade. Lá o Filho procede do Pai, no Espírito Santo.
Entra, porém, na vida divina por participação, assumindo a maternidade temporal do Filho. Em força da única, singular e sublime missão, ela situa-se no ponto mais elevado da santidade. A primeira e maior santa. Cumpre papel fundamental nessa condição. Na terra, irradiou em torno de si exemplo de santidade para todos nós pela modéstia de vida e de entrega. Embora cumprindo a mais sublime de todas as missões, nunca se arrogou o status externo de tal glória. Viveu pobre. Chamou-se serva do Senhor. Antes de tudo, foi e continua sendo exemplo para que os olhos dos humanos vejam nela modelo a seguir.
Existem os santos proclamados pela Igreja Católica e os desconhecidos que ocupam os bancos das igrejas, visitam os doentes, desvelam-se nas famílias.
Os outros homens e mulheres santos participam, em grau menor, de tal exemplaridade. Aqui vale distinguir dois tipos de santos. Existem os oficialmente proclamados pela Igreja católica. As biografias estão aí para ensinar-nos como trilhar caminhos semelhantes. Há outros e outras, porém, que nunca subirão aos altares. No entanto, vivem exemplarmente. Estão em cada canto da cidade, bem próximos de nós. Ocupam os bancos das igrejas, visitam os doentes nos hospitais, cuidam dos anciãos nos asilos, desvelam-se nas famílias cuidando dos membros, ganham dignamente os salários para sustentar os seus e ajudar outros. Enfim, vivem em todos os rincões de maneira simples, humilde e cheia de amor.
Os santos entram no projeto de Deus de outra maneira. Na terra, rezam fervorosos pela conversão dos pecadores, pela cura dos enfermos, pelas atividades missionárias da Igreja. Verdadeiras colunas de fé e esperança. Confiamos no poder de suas orações. Eles, que já estão no céu, quer reconhecidos pela Igreja, quer não, figuram como intercessores junto a Deus por nós. Daí, surgem as diversas devoções que povoam a fé pura do povo. Cria-se especialização de modo que, conforme a necessidade, se recorre a um santo ou a outro. A piedade popular cultua altamente os santos segundo o critério da força da intercessão para determinadas circunstâncias. Teologicamente, professamos no Credo o mistério da comunhão dos santos que envolve a todos que participam da santidade do projeto de Deus.
Por: Pe. João Batista Libanio, SJ (Professor da Faculdade Jesuíta de Teologia e Filosofia-FAJE).
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