O portal de noticias G1 publicou neste domingo, 24 de março, matéria com
as palavras da homilia da missa de Ramos e as respostas dadas aos jornalistas
pelo cardeal dom Raymundo Damasceno na primeira Entrevista Coletiva concedida
pelo arcebispo de Aparecida depois de voltar de Roma.
Eis a matéria do portal G1:
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) e arcebispo de Aparecida (SP), dom Raymundo Damasceno Assis,
participou de sua primeira celebração no Brasil na manhã deste domingo (24)
após participar do conclave que elegeu o Papa Francisco,
como líder máximo da igreja católica. O religioso desembarcou no país neste
sábado (23).
Presidindo a missa de Ramos – que marca o início da
Semana Santa para os católicos – o cardeal brasileiro falou aos romeiros do
Santuário Nacional sobre a experiência no período em que esteve no Vaticano.
"Levei ao Santo Padre, bispo emérito Bento XVI, o agradecimento pelo
exercício. Levei nossas orações, os agradecimentos em nome de todas as igrejas
do Brasil, e ele também nos agradeceu. Também dei ao Papa Francisco nossos
cumprimentos. Ele pediu a todos que rezassem por ele nesta missão, tão
exigente. O nome que escolheu demonstra a maneira que ele quer conduzir a
igreja ", disse aos mais de 15 mil participantes da missa. A previsão é
que Basílica receba até 70 mil pessoas neste domingo, segundo a assessoria.
Após a celebração, dom Raymundo concedeu uma
coletiva de imprensa ao lado do bispo auxiliar de Aparecida, dom Darci Nicioli,
onde falou mais sobre como foi o conclave e os desafios que o Papa Francisco
vai ter no comando da igreja. O presidente da CNBB brincou com os prognósticos
dados antes do conclave.
"Fiz uma previsão que na quinta ou sexta já
teríamos Papa, mas o conclave se adiantou um pouco. Na noite do segundo dia já
tínhamos o nome. Pelas pesquisas, pela Bolsa de Londres, o Papa seria outro. E
após 500 anos da igreja na América Latina, temos um Papa latino", brincou.
Sobre o pontificado de Francisco, dom Raymundo
afirmou que a forma de o Santo Padre conduzir a igreja vai ser norteada pelo
‘documento de Aparecida’, que foram escritos da 5ª Conferência Geral do
Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizado na cidade em maio de 2007,
que teve como o principal elaborador o então cardeal arcebispo de Buenos Aires,
Jorge Mario Bergoglio.
“O documento de Aparecida vai ser ainda mais divulgado
com ele como Papa, já que ele foi o principal responsável pela elaboração.
Ficou por aqui 20 dias e disse que guarda as melhores recordações da cidade. O
presente dele para Dilma [Rousseff, presidente do Brasil], para Cristina
[Kirchner, presidente da Argentina], foi o documento de Aparecida, certamente
este documento vai influenciar no seu magistério, na forma com que ele conduz a
igreja, já que nele, citava muito a questão da igreja pobre", disse.
Visita do Papa a Aparecida
Sobre a visita ao Santuário Nacional do pontífice, o arcebispo ainda não
teve a confirmação oficial da data por parte do Vaticano. Neste domingo (24),
durante a celebração de Ramos em Roma, o Papa Francisco confirmou que vai vir à
Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio de Janeiro,
entre os dias 23 e 28 de julho.
"Não temos ainda qual será a atividade dele
aqui, se será antes ou depois da JMJ. Mas, nós aguardamos, porque de certa
forma, visitar Aparecida é como visitar todo o Brasil, porque aqui está a
padroeira. Mas não há ainda uma confirmação por parte da Santa Sé, que ele
venha para cá, e por isso ainda não tomamos nenhuma iniciativa", revelou o
arcebispo.
Dom Raymundo acredita que a estadia do Santo Padre
será breve e que o Santuário Nacional estará preparado para receber Francisco.
“Certamente será uma visita rápida, breve. Se ele vier mesmo, temos todas as
condições para recebê-lo aqui dentro do santuário. A cidade pode melhorar
alguma coisa, mas não com grandes obras como as que antecederam a visita de
Bento XVI", finalizou o arcebispo.
O bispo auxiliar dom Darci Nicioli falou sobre a
estrutura que aguarda o Papa Francisco em caso de visita à Basílica. "Nós
ainda não sabemos se ele virá de passagem ou vai se hospedar aqui. Caso ele
fique, seria a mesma estrutura do Bento XVI. Ele dormiria no Seminário Bom
Jesus. A estrutura básica está pronta”, garantiu.
Nicioli disse ainda que a cidade poderia receber
melhorias para receber a visita do pontífice, como por exemplo, no sistema
viário que dá acesso à Basílica. "A estrutura pode ser melhorada. Nós
gostaríamos que o sistema viário no entorno do santuário atendesse à necessidade
do público que aqui vem. Nós conseguimos que a feira seja transferida para um
local especifico e com isso será liberada a rodovia que passa no entorno do
santuário. Certamente algum investimento deve vir para a cidade, na vinda do
Papa, mas principalmente é uma questão de organizar melhor. Aparecida já
recebeu em um único dia 230 mil pessoas [em 15 de novembro de 1996]. Hoje a
estrutura é melhor e certamente comporta um número grande de fiéis que venham
até o papa". disse.
Francisco será o terceiro pontífice a passar pelo
templo mariano. As outras visitas ocorreram em 1980 e em 2007, e foram feitas
pelos seus antecessores João Paulo II e Bento XVI, respectivamente.
Fonte: cnbb.org.br