Queridos irmãos e irmãs,
A liturgia de hoje nos exorta que o verdadeiro culto
é aquele que devemos prestar a Deus. Deus não se interessa pelas grandes
manifestações religiosas ou ritos externos mais ou menos suntuosos, mas uma
atitude permanente de entrega em suas mãos, de disponibilidade, de acolhimento
generoso dos seus desafios, de generosidade para doarmos a nossa vida em
benefício dos nossos irmãos.
A primeira leitura nos narra o exemplo de uma
mulher pobre de Sarepta, que, apesar da sua pobreza e necessidade, está
disponível para acolher os apelos, os desafios e os dons de Deus. A história
dessa viúva que reparte com o profeta os poucos alimentos que tem, garante que
a generosidade, a partilha e a solidariedade não empobrecem, mas são geradoras
de vida e de vida em abundância.
A segunda leitura o autor de Hebreus expõe o
exemplo de Cristo, o sumo-sacerdote que entregou a sua vida em favor dos
homens. Ele nos mostrou, com o seu sacrifício, qual é o dom perfeito que Deus
quer e que espera de cada um dos seus filhos. Deus espera de nós o dom da nossa
vida, ao serviço desse projeto de salvação que ele tem para os homens e para o
mundo.
O Evangelho narra, através do exemplo de outra
mulher pobre, de outra viúva, qual é o verdadeiro culto que Deus quer dos seus
filhos: que eles sejam capazes de lhe oferecer tudo, numa completa doação, numa
pobreza humilde e generosa (que é sempre fecunda), num despojamento de si que
brota de um amor sem limites e sem condições. Só os pobres, isto é, aqueles que
não têm o coração cheio de si próprio, são capazes de oferecer a Deus o culto
verdadeiro que Ele espera.
Qual é o verdadeiro culto que Deus espera de nós?
Qual deve ser a nossa resposta à sua oferta de salvação? A forma como Jesus
aprecia o gesto daquela pobre viúva não deixa lugar a qualquer dúvida: Deus não
valoriza os gestos espectaculares, cuidadosamente encenados e preparados, mas
que não saem do coração; Deus não se deixa impressionar por grandes manifestações
cultuais, por grandes e impressionantes manifestações religiosas,
cuidadosamente preparadas, mas hipócritas, vazias e estéreis.
Por: Andre C.
M. Carvalho.