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Tu tens palavras de vida eterna

4 de setembro de 2015

No mês de setembro somos convidados a colocar ao longo do dia, a Palavra de Deus num lugar privilegiado.
Dizia São Jerônimo, presbítero, séc. V.: “Desconhecer a Sagrada Escritura é desconhecer a Cristo”. Ora, não tenhamos dúvidas de que quanto mais dedicamos tempo à Palavra, tanto mais estaremos sentindo a presença transformadora de Cristo.
Pois bem, antes de tudo, ser cristão é viver a espiritualidade de Jesus. Experimentar o dinamismo de Jesus é a coisa mais importante, que vem antes de qualquer outra coisa.  Por isto é preciso nos perguntar: “Como Jesus vivia a experiência de Deus? Como Jesus vivia para Deus? Como ele se deixava guiar por Deus”?
Certamente, a Palavra de Jesus nos transmite: “Espirito e Vida” por isso, o Evangelho não é um livro de história, nem pretende dar explicações científicas sobre Deus. Foi escrito para transmitir uma experiência de fé, esperança e caridade.
Igualmente, Deus continua falando a seus filhos e filhas. Ele vai se revelando constantemente por meio da sua Palavra seja qual for o método que utilizamos para a escuta.
Hoje, mais do que nunca devemos voltar a nossa atenção à mensagem que dá Vida;  precisamos voltar ao Evangelho, que é sempre novidade em todas as épocas.
Com efeito, observemos três pontos importantes em nosso exercício orientado à escuta da Palavra:
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Desde Jesus (λόγος), vemos como Deus é uma experiência concreta, uma Presença continua ligada à vida das pessoas. Com Jesus se queimam os esquemas sem sentido, que não conduzem a lugar nenhum. Ele não se encarnou para discutir sobre religião e conceitos doutrinais, mas  para doar a sua vida pela humanidade.  Jesus associa Deus à vida das pessoas. Ele não desfigura a imagem de Deus presente no mundo. Desde o Verbo, a humanidade experimenta um Deus próximo e Pai de todos. Deus não se torna propriedade dos bons. Faz sair o sol sobre bons e maus e possibilita que a vida seja mais humana.
O Verbo encarnado é uma alternativa para o mundo que se encontra em crise. Portanto, o projeto de Jesus converte-se numa maneira de viver e entender a experiência de Deus para a construção do mundo. Este projeto renovador é um acontecimento iminente chamado Reino de Deus. Com efeito, Jesus não veio ao mundo só para ensinar uma doutrina. Ele anuncia um fato, algo que está ocorrendo, o Reino de Deus, que, sobretudo, consiste em construir a vida como Deus quer.

Explicou-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras (Lc 24,27). Atualmente a maioria dos estudiosos da Bíblia está de acordo em afirmar que os evangelhos foram escritos à luz da Ressurreição, quer dizer, que a Vida e Salvação estão sempre presentes em toda a narração. Desde o início, em todo canto da terra, a Igreja viu muito unido o Antigo Testamento com o Novo testamento, na história da Salvação.
Jesus e a sua mensagem se tornam patrimônio da humanidade. Isso nos faz entender que Deus não é propriedade de ninguém. Deus age de modo livre e gratuito em todas as épocas, tal qual contemplamos na mesma revelação de Cristo: “Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que são os últimos, através de seu Filho” (Heb. 1, 1-2).
Na “Dei Verbum” se expressa o seguinte: “No devido tempo chamou Abraão, para fazer dele pai dum grande povo (cf. Gn 12,2), povo que, depois dos patriarcas, ele instruiu, por meio de Moisés e dos profetas, para que o reconhecessem como único Deus vivo e verdadeiro, pai providente e juiz justo, e para que esperassem o Salvador prometido; assim preparou Deus, através dos tempos, o caminho ao Evangelho”.
Não queda outra que destacar o Evangelho no centro da Igreja. O evangelho está em toda época e desde o início da Igreja.
Em resumo, o evangelho partilhado é o mais comum para atualizar o que aconteceu na Galileia, não importa o número de pessoas reunidas (entorno à Palavra) porque Cristo dizia: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18,20).
O que vimos e ouvimos,isso vos anunciamos (1Jo 1,3). A espiritualidade de Jesus nos impele ao testemunho, nos leva a viver o projeto de Deus.
Hoje é bom questionar si o nosso culto, rito e liturgia estão orientados à compaixão com a vida e o sofrimento das pessoas.
Para testemunhar um compromisso compassivo é preciso deixar que o sofrimento do outro entre em nossa vida. Não podemos passar longe como o sacerdote e o levita (cf. Lc10,31-32); deve-se procurar um princípio de ação.
Em síntese, a humanidade tem alma em Jesus. Se voltamos a Jesus por meio da Palavra o nosso seguimento será muito mais autêntico.
Qual é o projeto de Deus para mim?
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Referencia bibliográfica
Bíblia Tradução Ecuménica. TEB. - São Paulo : Loyola, 1994.
Bíblia Sagrada. CNBB. - São Paulo : Canção Nova, 2012.
Dei Verbum. Vaticano II. - Roma.

Vocabulario Griego del Nuevo Testamento. Sígueme Editorial. - Salamanca  : Sígueme, 2001.

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