No começo, os discípulos ficaram
decepcionados e voltaram para a vida de antes porque acharam que tudo havia
acabado com a morte de Jesus. “Ele lhes perguntou: ‘Sobre o que vocês estão
discutindo enquanto caminham?’ Eles pararam, com os rostos entristecidos” (Lc
24,17).
Mas, felizmente segundo os dados da Tradição,
o ideal de Jesus continuou providencialmente para assim dar início à Igreja,
com base histórica e escatológica, desta maneira foi vencido o problema da compreensão
do significado da Cruz (Recomendo ler o livro: Atos dos apóstolos).
Porventura, as testemunhas da Ressurreição
serão a base e o centro de todo o NT: “Deus ressuscitou a este Jesus, do que
todos nós somos testemunhas” (At 2,32). Não esqueçamos que existiram dúvidas,
temores, burlas e ainda assim os discípulos demonstraram coragem até dar a
vida.
Com efeito, diante das testemunhas pascais
existem duas posturas referentes aos relatos: uma kerigmática e a outra histórica,
a primeira é mais confessional, a sua vez compõe os relatos mais antigos: “e
Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20,28). Seguidamente
temos as histórias pascais, as comidas do Ressuscitado, os encontros, o
sepulcro vazio (Mc 16,1-8; Lc 24,13-43; Jo 20,19-29), todos estes textos indicam
que não é a ressurreição uma atividade redacional dos evangelistas.
Evidentemente nos relatos foram utilizados
dados históricos, porventura não se podia manter a fé na ressurreição se não
fosse um fato[1], consequentemente,
são Paulo enfatizará muito o valor das testemunhas dizendo: “mais tarde
apareceu a Tiago, e a todos os apóstolos. E, depois de todos, apareceu
igualmente a mim, como a um que nasceu fora do tempo” (1Cor 15,7-8); e ainda
mais valorizará o Apóstolo expressando: “e, se não há ressurreição de mortos,
também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa
pregação, e também é vã a vossa fé” (1Cor 15,13-14).
Em resumo é impossível harmonizar as
tendências, mas concordam presumivelmente que Jesus apareceu se mostrando vivo
e ressuscitado.
Diante dessas constatações não se pode
separar o conteúdo e a forma, porque a realidade da ressurreição é inseparável
da testemunha, assim a ressurreição não é somente algo do passado, é também
atual.
Convido
a aprofundar os seguintes textos:
·
Mateus 28,1-10
·
Marcos 16,1-20
·
Lucas 24,1-12
·
João 20,1-31
·
1 Coríntios 15,1-11
·
1 Coríntios 15,12-28
Feliz Páscoa a todos!
Por:
referências bibliográficas
- Kasper, Walter, Jesús el Cristo. Salamanca: Sal Terrae, 2013. p.
151-196.
- Sagrada Escritura,
edição católica.