Por: Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, Bispo de
Campos (RJ).
O 1º de novembro a Igreja celebra a Solenidade de Todos
os Santos. Para o grande pensador cristão Charles Peguy há uma só tristeza: a
de não ser santos. Ele queria destacar aquilo que o Concilio Vaticano II
ensinou como uma das maiores descobertas desta primavera da Igreja, a vocação
universal a santidade.
Quando um batizado renúncia a procurar a excelência na
vida interior e a caridade perfeita do Reino de Deus, ele está matando em si
mesmo a inefável alegria de quem corresponde a graça divina e apesar dos seus
inumeráveis defeitos opta por deixar a vida de Deus em nós, fazer o seu
trabalho de nos as de melhorar ao padrão maravilhoso da filiação divina.
Sim, é possível sermos santos, e esta solenidade nos
recorda e faz relembrar a santidade corriqueira, cotidiana e anônima de tantas
pessoas de todas as condições, idades, e profissões que alcançaram os patamares
de seguimento fiel ao Evangelho e conseguiram testemunhar a misericórdia e
ternura do Pai em suas vidas. Ser santo é necessário esclarecer é ser plenamente
humano sensível e próximo das misérias de todos/as, é viver em comunhão com
Deus e a Igreja, achando-se o último e creditando tudo de bom que temos e
fazemos a bondade de Deus.
Santo nos dias de hoje é quem mostra sua preocupação e
seu compromisso com a justiça, irmanando-se e vivendo como os pobres,
renunciando a toda vangloria e arrogância. O livro do Apocalipse fala de
144.000 justos, na verdade esse número significa uma multidão, de gente boa,
que lavou suas vestes, isto é seu coração no Sangue do Cordeiro, tornando-se
como Ele, cheio de ternura, compreensão e perdão para com todas as criaturas.
Que confortante e consolador para nós é saber que bem
perto e em toda parte encontramos pessoas que tentam levar a sério o Evangelho
e dar o melhor de si, para que o Reino de paz, amor e justiça cresça e se
visibilizem sinais de serviço, desprendimento, e heroicidade simples e
constante. Deus seja louvado!
Fonte:
cnbb.org.br