O sacramento da Unção dos Enfermos
é uns dos setes sacramentos da Igreja católica. É um ato litúrgico comunitário,
pelo qual o presbítero unge com o óleo abençoado a uma pessoa que se encontra
doente, em idade avançada ou em perigo de morte. Com este sacramento se procura
uma graça especial para reconforto, fortaleza e encontro com Deus. A Igreja tem
em conta a Unção dos Enfermos como algo instituído por Cristo, segundo o NT,
ensinou a seus discípulos de seu ministério de compaixão e cura.
À luz do Vaticano II (cf SC
73), a Constituição Apostólica “Sacram Unctionem Infirmorum”, estabeleceu que,
no rito romano, se estipulará que o Sacramento da UE se oferecerá aos doentes
graves ungindo-os na fronte e nas mãos com azeite necessariamente abençoado ou,
de acordo com as realidades pastorais, com outro aceite vegetal.
Origem
da unção dos enfermos
Nos evangelhos é observado como Cristo demonstrou grande
amor pelos doentes (Mt 12,15; Jn 5,14-15;
Lc 5,31; Mt 4,23). Assim, os discípulos aprenderam do Mestre a ter atenção
pelos enfermos, “... e ungindo com
óleo a muitos enfermos os curavam” (Mc 6,13); “... colocaram as mãos sobre os
enfermos, e estes se encontraram bem” (Mc 16,18). Em definitivo, as curas e
contatos de Jesus e os discípulos com os enfermos fazem parte da proclamação do
Reino de Deus.
O
texto de Tiago 5,14-15
A sanidade
física e espiritual no NT é importante sinal da salvação iniciada por Cristo. A
cura é um fato de amor e cuidado de Deus para seus crentes tal qual Tiago diz:
14 Entre vocês há alguém que está
doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem
sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor[1].15 A oração feita
com fé curará o doente; o Senhor o salvará[2].
E, se houver cometido pecados, ele será perdoado. (A Biblia-Traducão Ecuménica,
p. 2376)
Propriamente
nos vv.14-15 fala de uma função encarregada aos apóstolos, Tiago depois
traspassa aos presbíteros (e bispos) que fazem parte dos diferentes ministérios
da comunidade cristã. Não havia graus de hierarquia na Igreja nascente. Em
definitivo, a oração de fé é aquela que nasce da fé, dos anciãos, da comunidade
e ao próprio doente.
“Salvar ao enfermo” é, evidentemente, “curar-lhe”,
não somente no corpo físico, da mesma maneira no seu espírito, movendo-o ao perdão
dos pecados e à fé em Jesus Cristo.
Significado do óleo
Na UE, o óleo
é usado recordando seu significado lenitivo. O significado para a Igreja é Cristo
que associa nossas dores às suas, é Ele que conforta as dores. É Cristo que fortalece
ao cristão, associando-o à cruz e ressurreição. Assim a doença tem um valor
salvífico.
Ministros
do sacramento
Deve ser administrado por sacerdotes,
segundo o CIC de 1003[3], são os únicos ministros
que podem administrar este sacramento. Porém, se pede à comunidade acompanhar o
enfermo no momento difícil da vida.
Mudança
da denominação
A Unção dos Enfermos se
denominava antes como “Extrema unção”, porque era dado “in articulo mortis” ou
“in extremis”, em outras palavras, diante da iminência da morte. Porém, por uma
questão de dar melhor entendimento ao sacramento, foi mudada a denominação para
dar valor ao seu verdadeiro significado. Não é um sacramento para morrer, de
fato, é um sacramento para os vivos.
Quantas
vezes o sacramento pode ser recebido?
Não tem limite. Todas as
vezes que sejam necessárias, sempre que o cristão esteja em estado grave. Assim
vemos que toda a intenção é pedir uma graça especial que não tem limites, para
afrontar as dificuldades de uma enfermidade ou na idade avançada.
Efeitos
do sacramento
Esta
dimensão pode ser aprofundada a partir do Catecismo da Igreja (1520-1532), mas
pode ser observado em 1532
que diz o seguinte:
A graça
especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos:
– a união do
doente à paixão de Cristo, para o seu bem e para o de toda a Igreja;
– o conforto, a paz e a coragem para suportar cristamente os sofrimentos da doença ou da velhice;
– o perdão dos pecados, se o doente não pôde obtê-lo pelo sacramento da Penitência;
– o restabelecimento da saúde, se tal for conveniente para a salvação espiritual;
– a preparação para a passagem para vida eterna.
– o conforto, a paz e a coragem para suportar cristamente os sofrimentos da doença ou da velhice;
– o perdão dos pecados, se o doente não pôde obtê-lo pelo sacramento da Penitência;
– o restabelecimento da saúde, se tal for conveniente para a salvação espiritual;
– a preparação para a passagem para vida eterna.
Em sínteses, o sacramento da
Unção dos Enfermos é sinal manifesto da redenção do homem, ela continua a
tornar presente o mistério Pascal de Cristo. Do mesmo modo a Igreja
(comunidade) faz-se presente junto ao doente, auxiliando-o com sua oração. Então
o doente é sinal da Igreja, que toma parte no sofrimento e glorificação de
Cristo.
[1]A tradição católica, tal como é
afirmada pelo concilio de Trento (sessão XIV), vincula a esse texto o
sacramento da unção dos enfermos. Nota, TEB, p. 2376.