Por: Dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo de
Uberaba (MG).
A Pátria e a Bíblia, na vida dos brasileiros, devem ser realidades de
todos os dias. É insensibilidade querer abandonar o direito e o dever de
cidadania, assumindo realidades inconcebíveis e que afetam a identidade do
Estado. A Bíblia afirma e reafirma a responsabilidade de cada indivíduo,
advertindo sobre atos errados e de afronta à dignidade das pessoas.
O dicionário diz que a pátria é a terra natural ou adotiva, que está
ligada a uma pessoa por vínculos afetivos e laços fraternos em relação a
outros. Podemos dizer que é a casa onde fazemos história. Portanto, seja
tratada como “nossa casa”, onde reine a fraternidade e o cuidado, fazendo dela
ambiente propício para a construção da felicidade.
A Bíblia, destacada com evidência no mês de setembro, é o livro da
Palavra de Deus, que motiva para o bem viver, para a convivência e a correção
fraterna. Um grito contra tudo que ameaça a integridade de um povo. É grande
defensora dos direitos de cidadania e dos deveres para com a Pátria. O Grito
dos Excluídos é expressão fundamentada nas propostas do Evangelho.
O cidadão, mais ainda o cristão, deve estar em atitude de
disponibilidade, seja em casa, no trabalho, nos círculos de amizade, na escola,
no poder etc., sendo responsável pelos outros, especialmente ameaçados em seus
direitos. Um grito que deve ressoar no seu entorno, mas também nos ouvidos de
quem tem autoridade e compromisso com a Pátria.
O seguidor da Palavra de Deus e dos princípios próprios de cidadania não
pode ser omisso diante do mal e nem negligente em suas responsabilidades. Não
basta dizer que não rouba e nem mata, mas é preciso amar o próximo sem
comodismo e o ajudar em suas prementes necessidades.
Pilatos “lavou as mãos” dizendo “não ter nada com isto”. Endurecer o
coração diante do sofrimento do outro é deixar de ser patriota e de ser
seguidor da Bíblia. Formamos uma Pátria de irmãos, onde deve reinar a
fraternidade e o amor de filhos de Deus.
Fonte: cnbb.org.br