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V Domingo da Quaresma

9 de abril de 2011

Caríssimos irmãos e irmãs,
Saudações no Cristo Crucificado!
Neste V Domingo da Quares-ma, a liturgia garante-nos que o desígnio de Deus é a comunicação de uma vida que ultrapassa definitiva-mente a vida biológica: é a vida definitiva que supera a morte, a ressurreição.
Na primeira leitura, o Senhor Deus oferece ao seu Povo exilado, desesperado e sem futuro (condenado à morte) uma vida nova. Essa vida vem exatamente pelo Espírito, que irá recriar o coração do Povo e inseri-lo numa dinâmica de obediência a Deus e de amor aos irmãos.
A segunda leitura lembra aos cristãos que eles optaram por Cristo e pela vida nova que Ele veio oferecer. Convida-os, portanto, a ser coerentes com essa escolha, a fazerem as obras de Deus e a viverem “segundo o Espírito”.
O Evangelho nos apresenta mais um episódio dos “sinais”, ou seja, trás um novo ensinamento, uma catequese teológica sobre Jesus e garante-nos que Jesus veio realizar o desígnio de Deus e dar aos homens a vida definitiva. Ser “amigo” de Jesus e aderir à sua proposta (fazendo da vida uma entrega obediente ao Pai e um dom aos irmãos) é entrar na vida definitiva. Os crentes que vivem desse jeito experimentam a morte física; mas não estão mortos: vivem para sempre em Deus.
A questão principal do Evangelho deste domingo – e que é uma questão determinante para a nossa existência de cristão – é a afirmação de que não há morte para os “amigos” de Jesus – isto é, para aqueles que acolhem a sua proposta e que aceitam fazer da sua vida uma entrega ao Pai e um dom aos irmãos. Os “amigos” de Jesus experimentam a morte física; mas essa morte não é destruição e aniquilação: é, apenas, a passagem para a vida definitiva, não uma outra vida, mas a vida levada em plenitude. É um “jeito novo de ser e de viver”. Mesmo que estejam privados da vida biológica, não estão mortos. A história de Lázaro pretende representar essa realidade que um dia será também a de todos nós.
 No dia do nosso batismo, fomos inseridos na vida plena e definitiva que Jesus oferece aos seus e que lhes garante a eternidade. A nossa vida tem sido coerente com essa opção? A nossa existência tem sido uma existência egoísta e fechada, que termina na morte, ou tem sido uma existência de amor, de partilha, de dom da vida, que aponta para a realização plena do homem e para a vida eterna?
Ao longo da nossa existência nesta terra, convivemos com situações em que somos tocados pela morte física daqueles a quem amamos. É natural que fiquemos tristes pela sua partida e por eles deixarem de estar fisicamente presentes ao nosso lado. A nossa fé convida-nos, no entanto, a ter a certeza de que os “amigos” não são aniquilados: apenas encontraram essa vida definitiva, longe da debilidade e da finitude humanas.
 Diante da certeza que fundamenta a nossa fé, somos convidados a viver a vida sem medo. O medo da morte como aniquilamento total torna o homem cauteloso e impotente face à opressão e ao poder dos opressores; mas libertando-nos do medo da morte, Jesus torna-nos livres e capacita-nos para gastar a vida ao serviço dos irmãos, lutando generosamente contra tudo aquilo que oprime e que rouba ao homem a vida plena.
“A vida eterna é um jeito novo de ser e de viver em Deus” (ACMC).

Por: André Carlos M. Carvalho (Aspirante Barnabita da comunidade São Barnabé, São Paulo-SP)
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