Solenidade de Cristo Rei do Universo
Queridos irmãos e irmãs,
Saudações no Cristo Rei e Crucificado!
Mais uma vez estamos terminando o ano litúrgico da Igreja. Este ano nos foi narrado o Evangelho de São Lucas, do qual, nos apresentou Jesus saindo da periferia da Palestina, passando fazendo o bem e subindo para o centro que é Jerusalém. Este é o Evangelho do “êxodo”, do “caminho para Jerusalém onde se realiza a promessa do AT, a salvação de toda a humanidade.
E a Palavra de Deus, neste último domingo do ano litúrgico, nos convida a tomar consciência da realeza de Jesus, mas deixa claro que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida.
O Evangelho de hoje nos narra a realização dessa promessa: Jesus é o Messias/Rei enviado por Deus, que veio tornar realidade o velho sonho do Povo de Deus e apresentar aos homens o “Reino”. O “Reino” de Jesus não é um Reino construído sobre a força, a violência, a imposição.
O Evangelho nos situa diante de uma cruz. É o final da “caminhada” terrena de Jesus: estamos perante o último quadro de uma vida gasta ao serviço da construção do “Reino”.
O quadro que São Lucas nos apresenta é dominado pelo tema da realeza de Jesus. Como é que se define e apresenta essa realeza? Presidindo à cena, dominando-a de alto a baixo, está a famosa inscrição que define Jesus como “rei dos judeus”. É uma indicação que, face à situação em que Jesus se encontra, parece irônica; ele não exerce autoridade de vida ou de morte sobre milhões de homens, mas está pregado numa cruz, indefeso, condenado a uma morte infamante.
Não há qualquer sinal que identifique Jesus com poder, com autoridade, com realeza terrena. Contudo, a inscrição da cruz – irônica aos olhos dos homens – descreve com precisão a situação de Jesus, na perspectiva de Deus: ele é o “rei” que preside, da cruz, a um “Reino” de serviço, de amor, de entrega, de dom da vida.
Celebrar a Solenidade de Cristo Rei do Universo não é celebrar um Deus forte, dominador que se impõe aos homens do alto da sua onipotência e que os assusta com gestos espetaculares, mas é celebrar um Deus que serve, que acolhe e que reina nos corações com a força desarmada do amor.
Que Deus nos abençoe por intermédio de Santo Antonio Maria Zaccaria!
Por: André Carlos M. Carvalho (Aspirante Barnabita)