No Brasil, a Igreja agora se orienta para novas frentes de implementação do anúncio querigmático do Evangelho. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe à atividade da Igreja Católica, em seu plano de urgências de 2015 a 2019, uma atividade mais efetiva e atuante no ensinamento doutrinário e na participação eclesial.
No plano
de “Diretrizes gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil”, aprovado na
53ª Assembleia Geral da CNBB, em 18 de abril de 2015, e publicado como o
Documento 102 da CNBB, são apresentadas cinco urgências que resumem o plano
para a evangelização. São elas: 1. Igreja em estado permanente de missão; 2.
Igreja: casa da iniciação à vida cristã; 3. Igreja: lugar de animação bíblica
da vida e da pastoral; 4. Igreja: comunidade de comunidades; 5. Igreja a
serviço da vida plena para todos.
A primeira urgência se resume ao
caráter principal da Igreja, que é sua missão serviço de levar Cristo até as
pessoas procurando proporcionar a possibilidade de mais pessoas aderirem ao
Evangelho, à Boa Nova da Salvação. O mandato do próprio Mestre “Ide e anunciai
a Boa Nova a toda criatura” (Mc 16, 15) é muito destacado e chama a atenção de
nós, católicos, para a importância do anúncio. A segunda urgência diz respeito
à catequese e à evangelização num gradativo processo de conhecimento e vivência
da fé sob uma inspiração catecumenal que é intercalada pela “acolhida, diálogo,
partilha, escuta da Palavra de Deus e adesão á vida comunitária” (Doc. 102, n.
45). O processo de Iniciação à Vida Cristã é um encontro autêntico com Cristo
no seio de sua Igreja, visto que “a admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado
e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais
íntimo do coração do discípulo” (Documento de Aparecida, n. 136). Esse método
busca ressaltar a unidade nos sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação
e Eucaristia.
A terceira urgência destaca a
necessidade de voltar constantemente às Sagradas Escrituras para o salutar
serviço na Igreja. São Jerônimo já afirmava que “ignorar as Escrituras é
ignorar o próprio Cristo”, e São Paulo apóstolo frisava a Timóteo que “toda
Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para
corrigir, para educar conforme a justiça” (2Tm 3, 16). Conhecer as Sagradas
Escrituras, de acordo com a reta interpretação ensinada pela Santa Igreja,
acarreta conhecer o ato do amor de Deus Pai que por meio do seu Filho libertou
a humanidade do cativeiro do pecado e quer santificar pelo Espírito Santo todos
os que o procuram. A Palavra de Deus é o que incentiva a missão da Igreja. Na
quarta urgência, a Igreja é entendida sob a ótica de uma grande comunidade
universal que, estando presente em vários cantos do mundo é formada por
inúmeros povos, mas que professam a mesma fé em Cristo e na Igreja. “A
comunidade eclesial acolhe, forma e transforma, envia em missão, restaura,
celebra, adverte e sustenta” (Doc. 102, n. 55). Na quinta urgência, é
reafirmado o propósito de Cristo que se perpetua na essencial missão da Igreja,
que é o zelo pela vida, vida para aqueles que ainda não podem experimentar da
dignidade de ser chamado filho de Deus. “Para a Igreja, a caridade não é uma
espécie de atividade de assistência social” (Bento XVI, Deus Caristas est, n.
25), mas está impregnada ao múnus da Igreja e deve ser parte de nosso espírito
cristão.
Esses tópicos apresentados pela CNBB
são fortes indicadores de chamada de atenção e de reflexão para que não caiamos
no indiferentismo frente às necessidades da humanidade sem, no entanto, ter que
pulverizar a mensagem de Jesus a ideais que não condizem à missão da Igreja por
Ele instituída.
Autor: Edvando Barros