Na
Carta Apostólica “Maximum Illud”, o então Papa Bento XV, em 1919, exortava à
Igreja que a missão não deveria ficar só nos tempos apostólicos, mas que deve
ser realidade na vida dos cristãos.
Nos
cinco primeiros pontos de seu escrito, Bento XV resume um pouco da história das
missões pelo mundo. A partir do sexto parágrafo ele começa a explanar suas
prédicas a todos os fiéis. Nessa carta podemos ler que o múnus apostólico da
Igreja é santo e que tem por objetivo disseminar a Boa-Nova do Senhor e as
bênçãos de Deus ao mundo. Na sequência, fazia-se um apelo aos bispos do mundo
inteiro. Segundo Bento XV, “na qualidade de bispos ou de vigários ou prefeitos
apostólicos, estão colocados à testa das missões: a eles mui primeiro é que
cabe a plena responsabilidade dos progressos da fé, é sobre eles principalmente
que a Igreja funda a esperança de alargar suas fronteiras”. Também dizia aos
superiores nas Missões: “Lembrem-se eles, pois, antes de tudo, de que devem,
cada um por sua parte, ser [...] a alma da missão. Devem, pois, por suas
palavras, obras e exemplos ser motivo de edificação para seus padres e seus
outros auxiliares, e estimular-lhes o ânimo na persecução de um ideal sempre
mais elevado”.
Na
“Maximum Illud” destacava também o apoio que deveria ser dado à formação do
clero autóctone, ou seja, local, ressaltando a formação ao clero indígena.
Bento XV sublinha que quando um membro de um povo passa a transmitir o
Evangelho de maneira compreensível para os seus iguais, esse grupo tem a
possibilidade de se agasalhar mais com os ensinamentos de Jesus. Ele observa
que um padre estrangeiro pode não encontrar corações abertos da mesma forma que
um padre local. É fomentada também a importância de instituições e organizações
que ajudem espiritual e financeiramente os seminários e casas de formação
religiosa. Vale aqui ressaltar que ainda hoje, muitas das instituições de
ensino que acolhem aqueles que não têm condições de acesso gratuito aos estudos
básicos pertencem à Igreja e sobrevivem com as doações e arrecadações.
Algo
muito importante que Bento XV expressa em sua carta apostólica é referente à
catolicidade da Igreja, que ele expressa da seguinte maneira: “A Igreja de Deus
é católica; em parte alguma, em nenhum povo ou nação, ela se coloca como
estrangeira”. Entendamos o valor dessa afirmação fundamentada nas Sagradas
Escrituras e nos escritos da tradição e do magistério da Igreja. Reafirma o
ministério cristão autêntico através dos tempos e perante o mundo. Se somos
católicos é para que Cristo seja amado e reverenciado cada vez mais pela
humanidade.
A
carta apostólica “Maximum Illud”, mesmo tendo sido escrita na primeira metade
do século XX, ainda é basilar em suas orientações para os católicos sobre a
importância da Missão na vida da Igreja e a necessidade de fomentá-la no
cotidiano e em todo lugar.
Autor: Edvando Barros estudante barnabita (Província Norte, Pará)