Paulo, apóstolo fiel a Cristo
Crucificado e Ressuscitado, foi o inspirador de Santo Antônio Maria Zaccaria ao
começar sua obra em 1533. Os dois têm algo em comum: a forma de escrever. Isto pode
se afirmar comparando as cartas paulinas e os sermões zaccarianos onde podemos
encontrar certa semelhança na forma e estilo de escrever. Ambos conheceram
profundamente a Escritura: no caso de Paulo a Toráh e Antônio Maria o A.T. e
N.T.
O quadro abaixo nos ajudará a perceber
como os dois harmonizam a Escritura atualizando a partir da experiência do
Cristo Crucificado. Comparemos a carta de Paulo aos Romanos 10, 14-21 e o Sermão
3 (20306) de Antônio Maria Zaccaria.
Romanos 10, 14-21
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Sermão 3
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Mas
como poderiam invocar aquele em quem não creram? E como poderiam crer naquele
que não ouviram? E como poderiam ouvir sem pregador? E como podem pregar se
não forem enviados? (Êx.19,2-9). Conforme está escrito: quão maravilhosos os
pés dos que anunciam boas noticias (Is. 52,7). Mas não obedeceram ao
Evangelho. Diz, com efeito, Isaias: Senhor, quem acreditou em nossa pregação?
(Is. 53,1). Pois a fé vem da pregação e a pregação é pela palavra de Cristo.
Ora, eu digo: será que eles não ouviram?(Is. 52, 13-15). Entretanto, pela
terra inteira correu sua voz, até os confins do mundo as suas palavras (Sl.
19,3-4). Mas, eu pergunto: Israel não teria entendido? Moises já dizia: Eu
vos enciumarei de um povo que não é povo; contra um povo sem inteligência,
excitarei vossa ira (Dt.32,21). E Isaias ousa até dizer: Fui encontrado por
aqueles que não me procuram; tornei-me visível aos que não perguntam por mim
(Is.65,1). E a Israel diz: O dia todo estendi as mãos a um povo desobediente
e rebelde (Is.65,2)
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20306. E, se para
você isto não é suficiente, veja só de quantos perigos ele o salvou, com
quantos bens Ele o conservou e de quantos modos Ele o enriqueceu. Lembre se
de como ele libertou o povo de Israel da escravidão do Egito (Êx.14,1ss), de
como tirou o mesmo povo da escravidão de Nabucodonosor (Esd.2,1); de como
arrancou Lot das mãos dos inimigos (Gn.14,16) e do fogo das cinco cidades
submersas (Gn.19,14). Ele salvou Abraão do rei Abimeleque (Gn.29,1ss); livrou
Jacó de seu irmão Esaú, durante o sono (Gn.33,1ss); fez o rei Davi ganhar de
Saul muitas vezes (1Sm.18,11/19,10ss)
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Por: Isaac Segovia, aspirante barnabita da comunidade de Belo Horizonte (MG).