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XXVI Domingo do Tempo Comum (Lc16,19-31)

25 de setembro de 2010

        Caríssimos irmãos e irmãs,
        Saudações no Cristo Crucificado!
        A liturgia deste XXVI Domingo mais uma vez nos leva a refletir sobre a nossa relação com os bens deste mundo e nos convida a vê-los, não como algo que nos pertence de forma exclusiva, mas como dons que Deus colocou nas nossas mãos para que os administremos e partilhemos com gratuidade, generosidade e amor.
        O trecho que hoje nos é narrado apresenta mais uma etapa do “caminho de Jerusalém” que Jesus, na liberdade, vai seguindo. A história do rico e do pobre Lázaro é um texto exclusivo de são Lucas. É na verdadee uma catequese desenvolvida ao longo de todo o capítulo 16 do Evangelho que se aborda o problema da relação entre o homem e os bens deste mundo. Jesus se dirige aqui aos fariseus (cf. Lc 16,14), que são representantes de todos aqueles que amam o dinheiro e vivem em função dele.
        Quem usa os bens para ter uma vida luxuosa e sem cuidados, esquecendo-se das necessidades daqueles que sofrem, está defraudando os seus irmãos que vivem na miséria. Nesta história, Jesus ensina que não somos donos dos bens que Deus colocou nas nossas mãos, ainda que os tenhamos adquirido de forma legítima. Somos apenas administradores, encarregados de partilhar com os irmãos aquilo que pertence a todos. Esquecer isto é viver de forma egoísta e, por isso, estar destinado aos “tormentos”.
        O Vaticano II afirma: “Deus destinou a terra com tudo o que ela contém para uso de todos os homens e povos; de modo que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos (…). Sejam quais forem as formas de propriedade, conforme as legítimas instituições dos povos e segundo as diferentes e mutáveis circunstâncias, deve-se sempre atender a este destino universal dos bens. Por esta razão, quem usa desses bens, não deve considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não só a si, mas também aos outros. De resto, todos têm o direito de ter uma parte de bens suficientes para si e suas famílias” (G S, 69).
        Quem recusa esse projeto e escolhe viver fechado no seu egoísmo e auto-suficiência, não pode fazer parte desse mundo novo de fraternidade que Deus oferece a todo homem.

Por: André Carlos M. Carvalho (Aspirante Barnabita)
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